30 dezembro 2006

O Relógio não pára...

“I was young and wild. I’m still so inside…”
A rebeldia da idade incapacitava-a de ver com clareza o que acontecia dia-após-dia.
Ela dizia que não precisava de usar óculos, mas também ninguém se referia a esse pormenor.
Rebelde vai ser sempre. Ver para além do ‘hoje’ é que já era difícil.
A sua maneira diferente de estar na vida fazia-a crer em mensagens como: “que a morte nos encontre vivos e a vida não nos mate.” E era bem verdade.
Além das consumições da vida, ela é consumida depressa demais para não a aproveitarmos e se possível da melhor forma…
Não gostava de relógios. Não gostava de contar o tempo que faltava. Que passou.
A espera pode ser dura, mas oca… mas também era passível de surpreender, contrariando as expectativas mais optimistas que na verdade são mais pessimistas que a tristeza dos dias cinzentos.
Apesar das conjecturas apontarem para os bons momentos, o ser humano é terrível. Prende-se à certeza e sonha com a incerteza.
Ela preferia a incerteza é mais instável e circunstancial. Circunscreve-se a uma possibilidade remota.
Fez a comparação mais parva da sua vida, quando se referia aos momentos menos bons durante uma conversa ao telefone com uma grande amiga, mas que ela achou perfeita: “na vida tudo é como uma varinha mágica… (aquela mesma da sopa…) pois PASSA TUDO!” Riram-se efusivamente. Aquela mensagem dita sem querer e na sua simplicidade tinha um misto de humor e realidade.
Temos pessoas que nos ouvem e isso é estupendo. Seja asneira ou disparate… Dizer tudo ou parte… Não interessa.
Estabelece-se o processo de comunicação. Transparece ali a ‘teoria’ do feedback, longe dos ruídos e das interferências alheias a Emissor de mensagem e consequentemente Receptor e vice-versa.
Teorias à parte… são as boas colheitas não do vinho, mas dos Amigos que se mostram tal como o voto matrimonial: para os bons e maus momentos.
E como se tropeça largas vezes nos laços tenta-se não esquecer aquela frase que diz qualquer coisa como: “never regret something that once made you smile.” À qual se acrescentaria certamente: “live life in every breath.”
Não era suposto ser introdução ou conclusão do livro de nenhuma vida. Ela ficava feliz por ser um capítulo ou até uma página de doce lembrança, na altura em que se relê. Ao longo dessa página ela e o mundo concluiam...
“A vida é tão curta e a tarefa de vivê-la é tão difícil que quando começamos a aprendê-la, já é hora de partir.”

ACASO

Às vezes faz falta dar o primeiro passo…
Depois tudo ACONTECE!
Há momentos que surgem por acaso, mas que não ficam guardados no acaso.
Desde o primeiro dia que ali entrei que o fascínio por uma paixão comum se ergueu.
Quando se gosta de algo em comum… Esse algo exerce um magnetismo (in) voluntário que nos puxa pelo prazer comum do gosto!
Entrei e fiquei seduzida por aquele lugar, que fazia parte da história… pelas histórias que contava. O que não pensei… é que um dia fosse fazer parte da minha história.
As portas abrem-se, mas muitas vezes temos medo de entrar…
Mesmo assim a força de lutar por aquilo que nos é genuíno… intrínseco e invariavelmente nosso… cruza-se com as forças negativas que nos impedem de seguir em frente.
O desânimo, a descrença… assumem-se como qualificativos da própria desgraça… porque ela também acontece!
Os acasos da vida são brilhantes e não menos deliciosos! E este foi sem dúvida um deles.
Foi tudo rápido demais… Até a mim… fez confusão. Admito. Além dos sonhos entrego-me aos desafios… paixões… para saber se sou capaz…
Fico satisfeita quando no fim a resposta é a afirmativa!
Foi uma oportunidade única. Que possivelmente dificilmente um dia seria concretizável…
Há momentos, pensamentos que não passam disso mesmo… pela vida fora…
Mas se não tivermos vontade de sonhar, mais e mais… concretizar e avançar…
Ir em busca de vários sonhos e vivê-los intensamente, o nosso acaso de vida, não passa disso mesmo: um mero acaso!
A receptividade foi inigualável, o trabalho de equipa funcionou.
As portas abriram-se quer para as “Imagens do meu Mundo”, quer para o ‘Retrato’ da Amizade…
Por onde passo tento deixar a minha alegria, a minha magia pessoal…
Com o passar do tempo… sustento-me com as boas memórias que construo.
Às vezes mais curtas, outras mais intensas, mas sempre minhas…
As más dispenso… disponho-as num canto de mim para os ‘maus dias’ (porque esses também existem…) São dias em que não me encontro disponível para ninguém… talvez nem mesmo para mim…
Abraço a vida com força e com os dois braços… Quanto mais não seja para aconchegar o meu viver sonhador, intenso e mágico…
Nos dias que antecederam o ‘grande dia’ senti o nervoso básico de alguém expectante… principiante… e perfeccionista que quer que esteja tudo perfeito ou lá perto.
Da chegada à partida só me ocorre uma palavra: MÁGICO!!
Porque toda a fragilidade que temos se move com a sensibilidade com que abraçamos os projectos…

26 dezembro 2006

Personagem do dia

"Cheio de insubstituíveis está o cemitério cheio..."
Ele repetia todos os dias a todas as horas, recordando o fim incalculado inevitável.
Ele era severo, prático e infeliz. Dizia os disparates que lhe restavam no cérebro com tanta convicção que dificilmente se iria habituar a ordenar um único pensamento coerente.
Estava demasiadamente preso e domesticado ao seu mundo pequeno, sustentável apenas por mais uma vivência ordinária tão comum nos dias que deixaram de passar para ele, porque são todos iguais e funestos.
Cada passo que dava era um distúrbio que provocava.
Há pessoas assim, desconhecem-se a si próprios e encontram-se no número da conta bancária, apesar de não ser essa a ideia...
Quando se vive, aproveita-se o acaso para ser uma existência com sentido, nem que seja mínimo, um nada acima do zero.

19 dezembro 2006

Reflexo puro...

Amanheceu em mim…
As cores da manhã devolvem-me a sensatez dos sonhos desfeitos e imperfeitos da noite.
Cruzei-me no caminho com o Mar… Ele estava calmo. Como eu.
Os nossos estados de espírito… misturam-se frequentemente…
Damo-nos bem…
Convivemos bem com a ausência um do outro…
Mas sei onde posso encontrar uma fonte de inspiração, um amigo.
O silêncio fraudulento das suas ondas, abraça a minha alma invariavelmente.
O vento já espalhou a areia do seu areal…
Espantou as gaivotas e entregou a temperatura negativa aos termómetros…
Mas eu continuava com o meu destino traçado. E estava ali impávida e serena… murmurando segredos… ouvindo respostas que mesmo em silêncio diziam-me tudo.
Falavam que o caminho era aquele que seguisse…
Desde que ouvisse a voz dele…
Ele era o meu Deus, chama-se Mar… e parecia uma Pessoa…
Que estava ali para levar as águas e lavar as memórias… e os rostos encharcados da chuva que teimava em cair.
Saía dali como nova ou renovada e esperava que o retorno fosse mais espaçado…
Mesmo assim era mais forte que eu. Não resistia à sua presença que era mais forte que a minha existência e me alcançava fora e dentro de mim…
A sua presença era completa e também discreta… E essa perfeição só podia resultar impossível…
Eram duas almas, mas não duas vidas.

18 dezembro 2006

Aqui fica o meu conto de Natal...

Era uma vez…
Um conto ou três…

Que falava das cores do natal
Na magia do sentimento
Podia ser uma história banal…
Mas tinha um pressentimento…!

As ruas enchiam-se da cor das luzes…
Que acordavam aquela cidade…
Para a maravilha da época
Quando vivida de verdade….

As pessoas ficavam mais gentis…
E toda a gente era feliz…

A harmonia e a alegria daquele mês…
Engrandeciam os três…

Eu… tu e ele…que não existe…

Todos os dias deviam ser Natal…
Pelos valores que a época transmite…
E por isso persiste…
Para sempre…
Mas se pelo menos uma vez no ano…
O coração se abrir ao amor e à amizade…
Talvez este conto um dia seja realidade….

Feliz natal e um excelente ano de 2007 a todos os amigos, conhecidos e, porque não, ilustres desconhecidos que visitam este blog!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Beijos e Abraços

Eldazinha

11 dezembro 2006

Acho que não é preciso dizer mais nada...






















Quando uma imagem vale mesmo mais que mil palavras...

Sonhos

“Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Más há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.”

Shakespeare in Sonhos de Uma Noite de Verão


Tudo é permitido quando se sonha... seja de noite ou de dia...
“O sonho comanda a vida...”
A vida também é capaz de comandar o sonho...
Ou pelo menos mantê-lo aceso...
Sonho ao acordar e vivo...
Porque todos os dias podem ser um sonho... podem ser de sonho...
Porque sonhar nunca foi impedimento de nada...
A magia dos sonhos... é pura...
E existe para nos fazer felizes...
Justamente como os amigos...

04 dezembro 2006

O mau tempo também passa...

Discutíamos mil e uma coisas… mas era a maneira de viajar no teu íntimo e reconhecer-te…
Regressando apenas quando os ponteiros do relógio ameaçavam o romper do dia… e as cores da manhã contornavam o teu… o meu olhar…
Todos os nossos sonhos eram comuns…
Ambos os criávamos juntos…
Podiam ser banais… mas eram nossos…
E eu amava-te…
E acho que isso diz tudo.
Já esgotei o leque de palavras…
Na tentativa de justificar o meu sentimento.
Interligava momentos…
Construía um labirinto…
E o meu maior quebra-cabeças…
Era sem dúvida… a dúvida… se escrevia sobre o que se passava comigo no amor… na vida ou na sorte… e até eu me confundia…
Eu baralho as mentes menos atentas
E já não eras tu que me preenchias… o ‘sótão’…
Talvez o passado ainda estivesse presente…
Mas pouco a pouco ia ficando limpo e arrumado fora e dentro do sentido figurado…
Dos pensamentos que te incluíam.
A nuvem passou…
A chuva também…
Está um bonito arco-íris em mim…
E cada cor é um sorriso que dou…
A mim mesma e ao mundo…

Em todas as ruas te encontro...

"Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco"

Mário Cesariny

"Cesariny foi uma grande figura, um espírito verdadeiramente livre, como já não há muitos, cuja capacidade provocatória e criativa irrompia como um meteorito na noite escura num país reprimido politica e socialmente pela ditadura." Eduardo Dâmaso in Diário de Notícias


(in http://desablogabafos.blogspot.com/)
foto tirada em Espinho a 1 de Dezembro 2006

29 novembro 2006

1 minuto da sua atenção

O autor é para mim desconhecido mas acho que vale a pena focar nas seguintes palavras:

"Em cada minuto de tristeza perdemos 60 segundos de felicidade..."

E é bem verdade....

26 novembro 2006

Feelings...

As cores da manhã são as mesmas da noite…
Tudo porque é o intervalo de tempo que não estou contigo.
Viver assim é uma espera constante que eu aprecio apenas por saber que existes.
Caminhava por entre as ruas e sentia o frio da brisa do ar seco…
Fechava o casaco…
Lembrava-me de ti…
E a minha alma aquecia…
É o calor do teu espírito que me envolve e devolve…
Tudo o que eu preciso…
Espero reencontrar os teus olhos ao final do dia…
Que para mim é talvez o verdadeiro começo desse dia…
Estava rendida à tua presença.
E a tua ausência era um alento…
Que nem o vento conseguia levar…
Escutar a tua voz no meu ouvido…
É mágico…
E quando se fala em magia…
Fala-se das cores do além que existem…
E que apenas sentimos…
E não se justificam doutra maneira.

25 novembro 2006

Dinheiro vs Vida

Anthony de Croud, um missionário da África do Sul disse:

“Com dinheiro pode comprar uma casa, mas não um lar.

Com dinheiro pode comprar um relógio, mas não comprará tempo

Com dinheiro pode comprar uma cama, mas não o sono não.

Com dinheiro pode comprar um livro, mas a sabedoria não.

Com dinheiro pode comprar um médico, mas não a saúde.

Com dinheiro pode comprar status, mas não respeito.

Com dinheiro pode comprar sangue, mas não a vida

Com dinheiro pode comprar sexo, mas não o amor.”

Quando as acções se cruzam… com dinheiro… vivemos enclausurados e limitados…
Há que saber viver e gerir este bem… convenientemente…
Porque a vida é muito mais do que isso…

"O Céu é o Limite..."

Queria adormecer sem lágrimas….
Queria viver sem reservas…
Estamos sempre limitados…
Sempre aprisionados…
Pelas adversidades contraditórias…
De uma vida que se esgota minuto a minuto…
Momento a momento…
Longe de histórias incomuns…
Construímos histórias…
Construímos defesas…
Construímos barreiras…
Construímo-nos… dia-após-dia…
E erguemo-nos pela força da vontade de viver in extremis…
É esse o valor… da vida…
Viver no limite…
No nosso limite…
Por isso gosto daquela expressão “o céu é o limite!”
E é mesmo verdade…
Só assim a vida faz sentido…
Só assim o rumo fica traçado…
Vincado…
Pela passagem…
Que fica aos olhos de todos…
Como um acto de coragem…
E de admiração…
Por se ser forte o suficiente…
Ser inteligente…
Reconhecer as falhas do presente e avançar para o futuro sem medo…
Porque as acções sempre foram coerentes…
E construídas em bases sólidas…
Na expectativa…
Do triunfo… que conquistado… ainda tem mais sabor…

16 novembro 2006

Brilho sublime...

É num conflito directo de emoções que tenho gravado o teu sorriso sublime…
Naquela noite não era apenas o sorriso que brotava nos teus lábios….
Era todo o teu rosto… principalmente o teu olhar… e o jeito inseguro com que reagias à minha presença…
Um brilho intenso e acolhedor… como se tivesses saído duma dessas telas de cinema dum filme de romance e paixão…
Abriste a porta do meu sorriso…
E entraste… porque eu deixei…
Ao permitirmos a entrada dum sorriso fechamos a porta a todas as lágrimas que caíram a seu tempo…
Não as esgotamos… mas ficam adiadas até ao ciclo vicioso tropeçar na data…

06 novembro 2006

VIVEMOS DE MOMENTOS EM EXIBIÇÃO... NO MUSEU DE FOTOGRAFIA DE ELVAS


Eu vivo
Tu vives
Ele vive
Nós vivemos
Vós viveis
Eles vivem...

Viver é a conjugação perfeita para nos apaixonarmos por cada momento da vida....

Principalmente quando temos a possibilidade de o eternizarmos na lente da objectiva de uma câmara fotográfica....


Captamos sorrisos...
Paisagens....
Pessoas...
Lugares que visitámos e nos apaixonamos....
Expressões... que a memória não esquece....
Mas que pode ficar guardado para sempre...


Ao falar de mim...
Falo das minhas paixões....

Os amigos...
A música....
A rádio...
O jornalismo...
A fotografia...
Espinho, a minha cidade....
O meu mar que tanto amo...


Hoje é tudo isto que eu trago aqui....
Os meus momentos....
Que hoje partilho convosco e exponho ao mundo....


É uma exposição dos meus momentos...
Do meu mundo...
É a paralisação do que os meus olhos avistam....

Os lugares por onde passo...
As pessoas que me acompanham....
Os desconhecidos que surgem no meu caminho...

Vivemos de momentos....
Ou será que os momentos vivem de nós?

A vida esgota-se... mas os momentos não....

O tempo passa e apaga muita coisa....
Mas se alguns momentos ficam perdidos no tempo
... outros perduram...
para sempre...
porque também são eles que nos alimentam....
É deles que vivemos....


O brilho dos aplausos não me fascina...
Apenas...
O brilho do arco-íris (sol) que preenche os meus dias...
Até mesmo aqueles mais cinzentos...
Que cruzam o preto e o branco....


Momentos e mais momentos....
Levamos uma vida inteira a criá-los e a apagá-los...

E isso leva muito tempo...

Talvez... o tempo necessário.... para lembrar e esquecer...


Choro com a mesma intensidade que rio....

Mas no fundo vivo...

Tenho a certeza que vivi o momento...

Em qualquer que seja o enquadramento!


Não sou fotógrafa... gosto de tirar fotografias...

E eternizar momentos...
Foi com este texto que se iniciou a projecção da minha primeira exposição de fotografia intitulada "Vivemos de momentos..."
A inauguração foi a 4 de Novembro... com casa cheia... e vai estar patente ao público de 4 a 26 de Novembro, no Museu Municipal de Fotografia João Carpinteiro, em Elvas.
Uma exposição dos momentos presentes aqui no Blog... não é à toa que tem o nome "Vivemos de momentos..." Fotos e textos meus... em exposição durante o mês de Novembro...
Também o jornalismo marcou presença nesta exposição, como não podia deixar de ser...
O meu percurso no Jornalismo... também exposto nesta exposição inserida no V Encontro da Comunicação Social de Elvas...

OBRIGADA ELVAS...!

22 outubro 2006

Estou além (letra e música de António Variações)














Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só

Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só

Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

(Gravado no álbum Lena d’água Aguaceiro, em 1987)

Disco sem rotações...

Embriago-me de notas musicais…
Fico em coma duma overdose…
De música…
Descompassada…
Ultrapassada…
E continuo com sede… dela…
Todos os dias que passam…
Formo uma música…
Componho…
Entrego-me…
Deliro…
Fujo do silêncio…
E rendo-me aos tempos mortos…
Que acordam das profundezas…
Só por ouvir o som dos sentimentos incutidos na melodia de um dia normal…
Os ouvidos não se cansam de ouvir…
Desperto…
Acerto…
Vivo em constante… clave de fá…
Porque a de sol já está gasta…
O tempo passa em semicolcheia…
O grave agudiza-se…
Todas as estratégias ficam vencidas…
E os sonhos… vingam…
Pela força do sentimento…
Que não leva jeito…
Que não se leva com o vento…
Mas podia voar…
P’ra longe da fúria das cordas da tua guitarra…
Da alma do som da harpa…
Que desassossega as almas…
Da chama que se apagou… pelo tempo…

20 outubro 2006

Arco-íris da vida...














No dia em que as nuvens se aproximarem...
O vento continua a correr...
No dia em que a tempestade se aproximar...
Vais de certo sobreviver...

Acredito que a vida é feita de compensações…
As emoções de ontem...
As tristezas de hoje...
Nunca hão-de estragar o amanhã…

Obrigada por mostrar-me o arco-íris das pessoas...
Apesar dele se ausentar... constantemente...
Ainda acredito que exista...

(Dedicado a uma amiga recente mas para sempre!)

18 outubro 2006

Abres-me a porta?

Beijo-te com um sorriso no olhar....
E rio intensamente...
Eternamente...
A chuva afasta-se e deita-se no mar...
E eu sonho contigo...
Na tempestade... da minha vida...

Sempre te lembraste dos momentos importantes…
Que eu também definia como tal...

Desculpa não poder dar-te mais de mim…
Desculpa não poder estar por perto…
Mesmo assim…
O coração bate incorrecto…
Secreto…
Por ti…

Qual a chave para te amar?
Qual a chave para me encontrar?
Qual a via para chegar a ti?

Há-de existir…

14 outubro 2006

NINGUÉM É DE NINGUÉM...

Calo-me quando as opiniões vão de encontro às minhas...
Tenho por hábito não refutar aquilo que acredito...
Mantenho-me fiel… a mim…
Firme em convicções…
Estreita nas direcções…
Acompanho os instintos…
Alguém que tem idade para ser minha mãe… disse-me um dia que:
“Ninguém é de ninguém”
Às vezes parece que é necessário que nos abanem e digam... as coisas ao ouvido para as escutarmos... Reflectirmos... e Acordarmos... para as mensagens da vida...
Só aí me apercebi da verdade desta afirmação...
O sentimento de posse se nos acompanha…
Só atrapalha…
Estas palavras vieram ter comigo já lá vão alguns anos…
Não… não foi quando João Pedro Pais cantou estas palavras…
Ele não tem idade para ser minha mãe…
Fiquei com a sensação de que tudo acontece…
Por si…
Não é preciso influenciarmos as decisões…
Nem apaziguarmos rancores…
Basta viver…
Para perceber que o sabor das palavras, das pessoas, da vida…
Se resumem a uma palavra:
DESTINO…

13 outubro 2006

Brilhos...


Falo do brilho… da intensidade de luz…
Ou até mesmo de…mim…
Falo do tudo…
Do nada…
Da lua e da madrugada…
Queria viver o impossível…
E conseguia…
Queria aceder ao inacessível…
E conseguia…
Traduzia todos os meus pensamentos inconscientes
Porque me conhecia bem…
Eram reflexos de mim…
Eram prioridades indefinidas…
Era incoerência no sentir…
Amo a vida…
É a única certeza que tenho…
Luto por ela…
E orgulho-me por tudo aquilo que construí…
Parafraseando Fernando Pessoa…
A quantidade de pedras que se cruzam no meu caminho…
São suficientes para construir… um dia um castelo…
E… já foram tantas… que todas as que surjam…
Não me vão impedir de lutar…
Se por mais ninguém…
Por mim…
Há brilhos que rápida e facilmente de ofuscam…
E não é essa a intenção...

Há-de Haver...


Estou vazia de sentidos….
Mas sinto tudo em cada poro da minha pele…
Apenas sentia a angústia da tristeza de um Tu que não existe…
Acho que os irmãos Rosado… devem ter razão quando cantam as próximas palavras:

Há-de Haver Onde Começar

“Eu seria para ti a fuga da solidão
E amanhecia em ti, pra noite afastar
Amava-te assim
Por saber o que é sentir
Que estás dentro de mim
Há-de haver onde começar
Há-de haver como ver e respirar
O amor que já é
Que está entre nós
Há-de haver tempo pra aprender
há-de haver horas pra te pertencer
E mil anos para amar-te
Há-de haver...
Há-de haver
Tu serias para mim
Certeza na confusão
A calma na tempestade e paz no coração
Amava-te assim
Por saber o que é sentir
Que estás dentro de mim
Há-de haver como ver e respirar
O amor que já é
Que está entre nós
Há-de haver tempo pra aprender
há-de haver horas pra te pertencer
E mil anos para te amar...
Hei-de estar por aqui
Hei-de sempre abraçar-te agarrar-me a ti
Com o tempo a passar
Hás-de ter amor pra ficar
Há-de haver como ver e respirar
O amor que já é
Que está entre nós
Há-de haver tempo pra aprender
há-de haver horas pra te pertencer
E mil anos para amar-te
Há-de haver...
Há-de haver
Há-de haver”

ANJOS
“Há-de haver onde começar…”
Letra:Dale Lee Chappel
Musica: Sérgio Rosado, Edu Krithinas

06 outubro 2006

Porque Acontece...

Enquanto vivemos no mundo dos sonhos… nada nem ninguém nos detém.
Nem o mais fraco dos espíritos…
Nem o pensamento mais pessimista…
Tal como nos sonhos preciso que estejas comigo…
Sabes porquê?
Porque acho que é bom ter-te desse lado e no coração….
Nesta vida tudo passa pela questão da vontade… do querer…
Só assim o inesperado acontece….
Porém é bom também receber de braços abertos o destino….
Quem quiser saber de mim…
Sabe quem sou….
Como sou…
Procurar-me-á…
Na vida quem procura… acha!
Relembro por isso as palavras de Jimmy Cliff:
“I can see clearly now… the rain is gone…”
A chuva desaparece do rosto… tal como no tempo…
Quando menos se espera…
Acho que a melhor vingança é a nossa vitória…
Ela… acontece.

Foto de Daniel (www.olhares.com/sali)

03 outubro 2006

Thinking about U...

Queria falar de mim, queria falar de ti.
Queria falar de nós.
Queria extinguir-te.
Mas não te encontro.
És a sombra que persegue os meus dias.
És a alma que existe no meu mundo.
Criava-te pensativa.
Imaginava os dias contigo.
Desejava o perigo…
Sentia-me viva…
Despedia-me de ti…
Hoje e sempre…
Mas nunca para sempre…
Beijo as memórias em silêncio…
Abraço o carinho do teu olhar…
Rendo-me às palavras que te disse…
Nunca as vou mudar…
Obrigada por colorires a escuridão das noites… E... as trevas da tristeza do silêncio imposto pelo tempo…

25 setembro 2006

Uma imagem... irresistível...























Sé de Elvas - Foto tirada a 24 de Setembro 2006

Amor de Artifício...

Hoje apetece-me sonhar...
Recriar imagens... Criar reflexos do imprevisto.
A enfermidade obriga-me ao delírio dos sonhos...
O amor já não tem qualquer magia...
Está disperso...
Quase me esqueço da sua essência...
Acho que o fogo já não tem artifícios...
Não chama por mim...
Perdeu a piada...
Rendo-me ao silêncio que anseia ser quebrado...
É a última chance para qualquer ser... não apaixonado...

Foto tirada - São Mateus 2006 - Fogo de Artifício - Elvas - 23 Setembro 2006

17 setembro 2006

Barómetro... hehehe


Rostos incomuns fazem parte do nosso dia-a-dia...
Eles chegam e ficam...
Rendemo-nos à sua presença...
É o encontro frágil do tempo...
Com desconhecidos que se tornam membros imponentes da vida...
Há os que ficam do antes, e os que ficam do depois...
De repente... vemos aumentar a estatística da amizade...
Números que se esperam elevados em quantidade e qualidade...

Privilégios da Vida

É um privilégio escutar a tua voz sumida do outro lado da linha.
Também era a única alternativa de ligação entre tu e eu.
A minha vontade de ser feliz é enorme.
E às vezes é mesmo isso que falta: vontade.
Havendo vontade... tudo acontece...
Mas há uma espera constante, que nos bloqueia os sentidos e nos impede de agir...
De reagir...
Nesta vida tudo se espera...
E por isso mesmo essa espera dura, amarga, pode reverter-se...
Tudo depende da maneira como a encaramos...
Espero o dia em que irei conhecer-te.
Pois acredito que já existes...
Agora é momento de aproveitar o dia...
E o que acontece.
É mais difícil sem ti.
Mas também ainda não te conheço...
Pelo menos... não desse jeito...
Acredito que a minha intuição é poderosa.
Acredito na intenção de me fazeres esperar...
No fundo, subjugar-me a essa espera...
Tem mais valor.
É por isso que vivemos.
E falamos em AMOR.
Talvez esteja em desuso.
Podia esclarecer-te melhor sobre a questão...
Mas prefiro que o destino se encarregue de gerir o futuro...
Sem qualquer compromisso...
Tal como nos produtos das demonstrações...

13 setembro 2006

Luz intensa...

É esta a última imagem que guardo no dia...
O recorte da Lua...
As tonalidades dum céu que se apaga de cor...
A magia dum dia que já está a abeirar-se do fim...
Vai-se a luz e recobre-se o céu duma escuridão pura...
Ela espera que o sossego e o descanso me alcancem...
E eu também...

06 setembro 2006

Há sempre uma luz...


Vou-me habituando à brisa que não corre…
Ao tempo que escorre…
Ao renascimento…
Volta tudo à estaca zero mas de um jeito diferente.
Descobri que o canto das palavras, já havia nascido comigo.
Era um finalmente…
Era dar voz ao tempo que passou silenciado.
Era um grito de liberdade, que ecoava não apenas na minha imaginação, como em cada poro que preenchia a minha pele.
Era assim que orquestrava a minha vida…
Vivendo intensamente…
Vivendo de momentos…
Sem qualquer compasso de espera…
Se o fim fosse hoje…
Seria como nos contos de fadas…
Um final feliz.

31 agosto 2006

Postal de vida...

Fechei a porta cuidadamente.
Avistava os degraus das escadas com um cansaço que me dizia: muda de cenário.
Subia degrau a degrau com as últimas forças que tinha.
O chão. Um tapete. O sofá. A cama.
Qualquer coisa me parecia uma boa opção para me perder no descanso…
Me render ao inconsciente e apagar o esforço da vontade de viver que não acabava aqui…
Amanhã tudo recomeçava…
Com novas cores, novos contornos…
Vivia o hoje… incansável.
O amanhã recebia-me de braços abertos.
E era o encontro diário com esse abraço que me chamava para a vida.
Chamava-lhe atitude.
Mas era mais do que isso. Era para já a minha forma de viver…
E agradava-me.

28 agosto 2006

Thank you all!
















Levo o peito aberto e a consciência tranquila na hora das despedidas...
É óptimo ser feliz deste jeito...
Do meu jeito.

24 agosto 2006

"this clock never seemed so alive..."


















"what day is it
and in what month
this clock never seemed so alive
I can't keep up
and I can't back down
I've been losing so much time


cause it's you and me and all of the people
with nothing to do
nothing to lose
and it's you and me and all of the people
and I don't know why
I can't keep my eyes off of you

all of the things that I want to say
just aren't coming out right
I'm tripping inwards
you got my head spinning
I don't know where to go from here

cause it's you and me and all of the people
with nothing to do
nothing to prove
and it's you and me and all of the people
and I don't know why
I can't keep my eyes off of you

there's something about you now
I can't quite figure out
everything she does is beautiful
everything she does is right

you and me and all of the people
with nothing to do
nothing to lose
and it's you and me and all of the people
and I don't know why
I can't keep my eyes off of you

you and me and all of the people
with nothing to do
nothing to prove
and it's you and me and all of the people
and I don't know why
I can't keep my eyes off of you

what day is it
and in what month
this clock never seemed so alive"



You and me by Lifehouse
As palavras dão-lhe brilho... mas a música... Dá-lhe toda a vida... uma conjugação encantadora! Ouçam-na...

Tempo...

Passei a noite a ler-te e descobri que ainda te amo.
Repara… Amigo e Amor começam com as mesmas duas letras.
Essa aproximação deve ter algum sentido. Quando falo de nós. Parece-me…
Não era difícil alguém apaixonar-se por ti.
Eras transparente (pelo menos para mim).
Atraente.
Carente.
Justo.
Protector.
Amigo.
Amante.
Sincero.
Inseguro.
Compreensivo.
Teimoso.
Emotivo.
Único.
O teu jeito de ser cativava qualquer pessoa.
Lançavas-te à vida com uma fúria que eu admirava. Não eras agressivo para com ela… Essa tua calma, acalmava-me. E mostrava-me como as hipóteses de ser feliz se traduziam em estar do teu lado, contrariando a atmosfera negativa que me esperava sempre que não te tinha por perto.
“As pessoas esquecerão o que disseste, esquecerão o que fizeste, mas nunca esquecerão o que as fizeste sentir.”
Lembro-me que senti tudo. E continuo a sentir.
Infelizmente acho que te ensinei tudo o que um coração pode amar.
A minha vida deu imensas voltas desde que voluntariamente te ausentaste dela.
Tenho-a encarado com um sorriso… E tem ficado bem mais fácil.
Queria chegar a ti e contar-te tudo o que me aconteceu. Mas nesse mesmo momento acordo. E sei que não é certo. “Se a amizade não é partilhar todos os delírios, então é o quê, perguntamos nós!” escreveu Marc Levy, mas não era apenas a questão da amizade.
É pena a consciência bater certo, quando o inconsciente quer fazer o contrário. É uma luta desigual.
Tenho a sensação que as horas passariam como antigamente… e as conversas não se anulavam. Os únicos artifícios que eram capazes de nos interromper eram os silêncios suspeitos, as gargalhadas, os olhares… a cumplicidade de nos entendermos na perfeição. Adorava escutar-te. E, havia tantas palavras pendentes… mortas por se soltarem…
Camilo Castelo Branco escreveu que: “Não há amor que resista a 24 horas de filosofia.” Eu garanto que é possível. Pude comprová-lo sucessivamente.
Acho que percebo melhor o significado da palavra SAUDADE.
A ausência de alguém que já esteve bem perto…
Falaram-me do tempo, tal como o incluímos quando as conversas se esgotam…
Que deixasse o tempo fazer alguma coisa…
Só que não há receita. Talvez só mesmo o tempo para acalmar… e decidir por mim.

23 agosto 2006

Vidas

As pessoas não mudam… aprendem.
Essa foi a ideia com que fiquei desde que me atordoavam a cabeça a dizer que estava diferente.
“If there's anything more important than my ego around, I want it caught and shot now." (By Douglas Adams', The Hitchhikers Guide To The Galaxy)
Podia ser a vossa ideia mas não era de certeza a minha.
Sentia-me bem e isso era o mais importante para mim.
É verdade que queria escrever capítulos novos, nem que fosse à base de rascunhos…
É para isso que eles servem…
Se valer a pena usam-se… se não fizerem sentido… Se se perderem do contexto rasgam-se e deitam-se fora ou vão directamente para o arquivo morto.
É justo.
Falo da vida como podia falar de páginas escritas, reescritas, anotadas… em branco.
A essência da vida está na substância que nela se empreende…
Quando se fecha uma porta, abre-se uma janela. (Dizem.) Eu sinceramente acho que se pode abrir outra porta ainda mais ampla. Para quê tomar a parte pelo todo?
As compensações podem vir repartidas ou inesperadamente, mas acontecem.
A minha avó dizia ‘vai um vem outro’ e honestamente acho que essa ideia se aplica a tudo um pouco. Parem lá p’ra pensar e digam lá se não concordam comigo?!
É tipo aquela ‘piada’ dos provérbios que uma amiga me ensinou do ‘entre as pernas’ e ‘debaixo dos lençóis…’ Agora apliquem lá aos provérbios, estou a lembrar-me de: “Quem nasce torto tarde ou nunca se endireita.” Cá vai agora com as alterações: Quem (entre as pernas) nasce torto, tarde ou nunca se endireita (debaixo dos lençóis). (suspeito…)
Mais outro exemplo… “Quem feio ama, bonito lhe parece.” Que ficaria qualquer coisa como: Quem feio ama (entre as pernas), bonito lhe parece (debaixo dos lençóis). (Muito suspeito eheheh)
Mais um?... “Grão a grão, enche a galinha o papo”. Ou seja, Grão a grão (entre as pernas), enche a galinha o papo (debaixo dos lençóis). ('Ganda mauca!!! Às vezes corre um bocadinho mal… mas habitualmente… não costuma falhar.)
É o último: “Quem semeia ventos, colhe tempestades.” Exacto. Isso mesmo... ficaria: Quem semeia ventos (entre as pernas), colhe tempestades (debaixo dos lençóis). (Não resisto… isto do mau tempo fez-me lembrar aquele provérbio: “Depois da tempestade vem a bonança.” Cá vai disto: Depois da tempestade (entre as pernas) vem a bonança (debaixo dos lençóis). Não é cientificamente… mas fica provado!
E por aí fora… A sabedoria popular ao mais alto nível!
Vida...
Viver...
“O jogo da vida é semelhante ao futebol. É preciso atacar os problemas, bloquear os medos e marcar quando surge a oportunidade”. (É sempre tudo uma questão de oportunidade…) Ou “You’re never to old to believe.” (A esperança é sempre a última a morrer! Esta quase dava para a piada dos provérbios ali em cima! Eheheh) Ou
“A vida não se conta pela quantidade de respiros, mas por aqueles momentos em que nos deixam sem respiração.” (Incrivelmente extasiante) e uma daquelas sinceras: “A vida é feita de lutadores e não de espectadores.” Clarifica que na vida tudo se aprende quer no palco, quer na plateia. Todos os papéis são importantes no teatro da vida…
Actores secundários, meros figurantes ou personagens principais, vamos encarnando todos os dias a pele de cada um deles.
No fundo todos nós somos movidos por metamorfoses de papéis.
Por isso quando me dizem: “Às vezes transformas-te e isso é óptimo.” Eu também acho. Faz parte da adaptação ao meio do momento.
Estranhas formas de vida causam estranhas surpresas.
E ‘estranho’ pode ser bom. Ou quem sabe… muito mau.

22 agosto 2006

Simplicidade...

Era só o que me apetecia.
Virar as costas a tudo.
Excluir todos os sentimentos.
Abandonar os dias cinzentos.
Absorver os raios de sol.
Dia após dia.
A maior parte das mudanças já tinham acontecido.
A revolução era nítida.
Sempre adorei revoluções…
Encontro sempre soluções…
Aparentemente… o caos instala-se…
Insensatamente reúno fragmentos que estavam desejosos por me preencher.
Vazios que se ocupam sem eu perceber…
É só dar meia volta e as costas viram-se.
Afinal era tão simples…
Porque demorei tanto tempo a dar o salto?
Porque me entreguei à indecisão?
Fiquei atónita com a minha tranquilidade.
Afinal tanto tempo passou…
E podia ter-me rendido antes…
Virei costas, mas trouxe a bandeira branca…
Enquanto símbolo de vitória…
A minha vitória pessoal…

21 agosto 2006

Sentidos...

Quebrara-se o silêncio.
Sem querer…
Tinha morrido uma parte de mim.
Dava conta que as percepções que tinha, ou estavam erradas ou correctas demais…
Intuía com perspicácia todos os sinais que me eram entregues…
Nos sonhos, milhares de momentos se misturavam sem qualquer coerência… Mas estava tudo o que sentia e/ou afligia lá.
Os versos das músicas teimavam em trazer-me recordações e alertavam-me para situações que podiam estar a nascer… ou eventualmente podiam acontecer…
O tempo dos verbos… já não sei se era perfeito, imperfeito ou mais que perfeito…
Aquilo que me vinha parar às mãos era uma dádiva divina…
Mas eu já não dava conta dos recados...
Provavelmente também não queria dar...
O apelo dos sinais cruza as barreiras mais impenetráveis…
Acorda os sentidos… que adormecem embalados nas ondas dos teus cabelos… nos teus murmúrios… longe de tudo o que é real…
Que confusão sem tréguas… trazem…
Mas são apenas sentidos, que são sentidos…
Alguns sem sentido… outros sentindo-se, seguem o sentido obrigatório, provocatório, ilusório… quiçá proibido...
Todos eles sentidos que são sentidos quando há sentimentos…


(Sim faz sentido a redundância… acabei de me dar conta que a palavra ‘sentidos’ tem muitos sentidos! Ena ena... hehehe)

18 agosto 2006

Agradáveis Surpresas...

“Às vezes a felicidade esquece-se de nós… mas nós não nos podemos esconder dela…”
Esta sombra poderá custar-nos o sorriso.
E ninguém tem o direito de o fazer… nem mesmo quando essa hipótese soa a remota.
Quantas páginas tive que escrever até entender que um ponto final era o sinal mais adequado a usar…?
As suficientes para aprender que as palavras calam o silêncio das vozes incapazes de se libertar.
Calei-te com o meu silêncio.
Foi a maneira mais honesta de te mostrar que as tuas palavras não existiam no meu mundo, porque também tu nunca fizeste parte dele.
Avistava o desconhecido da maneira mais segura, mais egoísta, mais intolerante, mais intransigente e mais persistente que conhecia.
Cultivava a força do desejo de viver… Porque insistentemente vivia asfixiada na sombra dum futuro aprisionado…
E tudo o que queria era a rebeldia da minha juventude assegurada… sempre pronta a surpreender… sempre pronta a surpreender-me.

Disse Adeus...

10 agosto 2006

Alma de pássaro...

Noutra vida fui pássaro de certeza.
O prazer pela viagem...
O desejo da partida...
As asas que quero ter para respirar a liberdade...
A voz que alegra os dias de tanta gente...
As penas que me resguardam da saudade...
Voar e pousar onde as forças negam resistência...
Avistar e observar do alto, de longe tudo o que não esqueci...
Penetrar nos esconderijos onde apenas tu me encontras, porque vives em mim...
Aventurar-me nas trapaças do tempo que esfria... que aquece...
Em suaves tempestades que por fim se desviam... e tomam outros rumos...
Podia voar atrás...
Podia permanecer...
Podia juntar-me ao bando...
Mas se posso escolher...
Aqui ou ali... vou simplesmente estando...
Até quando?
Até ter explorado a mina...
Encontrado o tesouro...
E poder partir... rumo a novos...
O maior tesouro é viver irredutivelmente...
O maior segredo é acompanhar sempre o tesouro...
Vai um vem outro...
Tenho alma de pássaro indomável...
E hei-de voar até chegar a ti.
Se pudesse escolher, eu... escolhia ser um beija-flor...
Ser pequenino não esconde a grandeza do coração...
E daquele sentimento a que chamam amor.

08 agosto 2006

Não sei


Quando não se tem nada... Venha o tudo...
Quando se tem tudo vale a pena começar do nada?

Tou com a cabeça à roda...

Mar... preciso da tua sapiência e de toda a tua experiência para me aconselhares. Podemos conversar?

07 agosto 2006

Respostas...

Ele afirmou “Ama como no início da estrada.”
Mas o que eu queria eram respostas...
O amor vai guiar-me em que direcção?
Mais pela auto-estrada?
Por estradas com fraca visibilidade e entre curva e contracurva?
Ou o veículo (coração) vai ser demasiado fraco para resistir à viagem?
Se as emoções nos guiam... estamos à beira do abismo...
Vale a pena a marcha atrás?
Ou devo partir para a aventura do desconhecido dum abismo?
Morrerei de amor?
Ou os enamorados estão protegidos dos acidentes?
Travar os sentimentos ou deixar o coração em perigo...?
Pensamento ambíguo.
Qual o escape para o fumo extasiante da paixão...????

05 agosto 2006

Passamos a vida...

Passamos a vida sem sabermos quais as cores do amanhã.
Estamos conscientes que temos o poder e a clarividência para ver o amanhã...
Pura mentira.
Quem tentamos enganar? Nós próprios.
Passamos a vida a amar.
Passamos a vida a esquecer.
Passamos a vida a chorar.
Passamos a vida a conhecer.
Passamos a vida a sorrir.
Passamos a vida a chamar pelo amanhã.
Passamos a vida a sofrer.
Passamos a vida a experienciar sensações incomuns.
Passamos a vida a apaixonar-nos.
Passamos a vida a desejar.
Passamos a vida a ultrapassar-nos.
Passamos a vida a lutar.
Passamos a vida a vencer os nossos medos.
Passamos a vida a tentar.
Passamos a vida a sermos passageiros da alma.
Tudo passa na vida…
Passamos por ela… quase que distraídos...
Por isso é necessário construir pontes e agarrar a estrada.
Quanto às paragens a fazer no caminho…
Acredito que estão devidamente assinaladas.

03 agosto 2006

Canta pra mim...

Era o vento que me batia no rosto que me despertava para a vida.
Eram as cores do dia que me alegravam o vazio dos dias.
Eras tu que vinhas no som do chilrear dos pássaros, tal como um pombo correio e cantavas todo o dia para me ocupares o silêncio da solidão...
Uma melodia indescritível... Irresistível... Que me aproximava de ti.

Perdia-me dos sentidos para sentir-te perto...
Apurava apenas os ouvidos porque era a única maneira de ter-te naquele momento...
Escutava-te deliciada...
Estava encantada por fazeres parte da música da minha vida.
Rui Veloso canta a sua "Paixão" e diz:
"Contigo aprendi uma grande lição,
Não se ama alguém que não ouve a mesma canção."
Mas mesmo quando isso acontece... as notas ficam soltas demais para serem seguidas...
Talvez se deva ao instrumento, que não as executa na perfeição...
Ou talvez o maestro tenha perdido a orientação...
A lição estou certa que ficou estudada.
É por isso que prefiro o canto dos pássaros...
Não correm o risco de falhar com as palavras...

01 agosto 2006

E quando...


E quando as palavras se esgotarem?
E quando os sentimentos se perderem?
E quando os olhares não se prenderem?

E quando um beijo nada significar?
E quando o desejo se afastar?
E quando a imaginação acabar?

E quando eu e tu perdermos o sentido?
E quando abandonarmos as nossas almas?
E quando deixarmos de ser um só?

Viveremos em paz?