18 abril 2010

Saudade de Amor, em sonho de mel...



É uma miséria translúcida.
Aquela que mata mas não morre.

Numa manhã tombada…
Não quisera levantar-se por nada deste mundo, nem do outro (?!)…
O tempo passa impune.
Às vezes parece um ontem…
Noutras uma devassa eternidade…
Estes confrontos temporais, difíceis de contornar, abatem as forças dos destemidos e acorrentam a alma de quem dela sobrevive…
Uma alma ou um corpo? Um corpo com alma? Ou uma alma num corpo? Serão apenas um só?
Quantas almas se juntam à nossa?
Quantas serão capazes de permanecer pela eternidade?
Quais as que deixarão a verdadeira saudade?
Equaciono a probabilidade de se morrer pela saudade do amor.
Pela fome dum amor que se esfumou…

É um destino inexplicável, uma alquimia estéril que vende elixires de prorrogação de vida… Na transmutação da realidade… Ou na ingestão passiva dum coração…
Não importa a cientificidade, credo ou ioga… ao que parece todos eles se formam acessoriamente… Os procedimentos e conhecimentos comutam de ser para ser… Ultrapassam vidas…
Reencarnam reclamando viver o sentimento mais universal e sinuoso… que se perde na vertigem e se ergue na vontade… da mais exânime à mais ardilosa…
Funde-se em químicas. Alcança as previsões físicas… Confronta-se com a convenção dos astros em tom de arte da filosofia, carregado de misticismo… ou de crença religiosa…
A geometria dos sentimentos não é descritiva…
Nem a medicina suficiente para deter a saudade dispersiva e austera… ou a pseudociência dos metais…
Imortais, apenas os deuses, ou talvez a história que vem nos livros e faz parte do senso comum…
É assim que vagueia a saudade manchada de esperança da história de cada um, com os fragmentos temporais comuns a várias eras…
Deixa-se tudo no palco. Que sensação prodigiosa!
Mas em quantos palcos moribundos se aniquilam sonhos prostrados em nuvens esponjosas e ocas…?
Os deuses não sangram.
Os sonhos também não.
Purificam o espírito mas deixam-no moribundo… Dependente…
Duma semente que não se explica…
Tão somente se reproduz…