15 fevereiro 2011

Sinais Vitais


Estou a arder em fogo, em chamas voluptuosas. O fumo deixa um odor trémulo de paixão...
Acho que amor é amar-te cegamente… e, avistar-te em todos os horizontes que me preenchem de vida. A beleza deste amor não tem identidade, mas todas as suas emoções interferem no bom funcionamento de um corpo em labaredas vivas.
Sem qualquer sinal de lume brando, observo todos os sinais que me encaminham a puras cinzas.
Pensei que as palavras fossem incapazes de ganhar autonomia na altura de serem proferidas ou, que a voz falhasse nesse preciso momento.
Esperava que se ouvissem ecos internos, para que não se balbuciassem palavras falhadas que de tão mal articuladas transmitissem o eco oposto…
Aguardava mais a(s) resposta(s), do que propriamente a pronunciação de vocábulos que se assemelhassem a sentenças, se bem que nessas questões, a clareza seja escassa em todo o seu esplendor…
Não acreditava que dois seres combinassem e se completassem tanto, ao ponto da adaptação ter sido conseguida ao ritmo de duas vidas tão distantes!
O cenário comum era de destruição. Devastador. Indigno de reposição de controlo. – Diria eu. Céptica em relação a tudo quanto ao que aos sentimentos bons, possa dizer respeito.
Vivemos momentos de «papel»...
Papel, que se dissolve pelas gotas de chuva que teimam em cair... Desmesuradamente...
Papel que não sei se resistirá à reciclagem dos tempos...
Vivemos de apontamentos, de breves anotações falidas...
De rascunhos sempre inacabados...
De sinais vitais que se esfumaçam sem qualquer longevidade...