26 abril 2013

Limbo






























É a impotência da vontade que me estrangula a voz. Uma voz que de silenciada, ecoa apenas num corpo em surdina.
Que coisa estranha é essa esganada no meu peito? É mesmo esse pedaço de som que teima em não querer sair. Tem vontade própria e isso respeito.

Vivemos no limbo de uma única certeza incerta – a morte. Mas paralisados andamos há muito e encobertos por uma sombra de pesar penoso que nos impede de mover montanhas e alcançar vidas e sonhos, criando-os.

Intempestivo, o tempo é o mais severo. Passa com uma rapidez inofensiva. E indefeso, intromete-se com vulgaridade, num relógio imparável, incontrolável…