30 julho 2013

[Frágil]Idade...



8 anos…
E é aquela [(frágil)idade]… em que a finitude se acelera… 
A dúvida entala a esperança de vida que não sabemos se conseguirá replicar-se vezes e vezes sem conta...
A cada dia que passa as relações e ligações são mais fortes…
Será essa a percepção da idade?
Seremos eternamente insatisfeitos, mas seremos sempre a nossa base mais sólida neste mundo, tudo o resto serão peças que vamos desconstruindo e submetendo ao nosso cosmos…

22 julho 2013

Dia 28 completamos 8 anos de vida!!



Das palavras aos números!!

Gráfico 1: Julho 2006 – Julho 2013 (De Julho de 2005 a Julho de 2006 ausência de contador de visitas!)
Gráfico 2: Visualizações de páginas por país (Via Google)
Gráfico 3: Visualizações de páginas por país (Contador de visitas!)





12 julho 2013

Viagens no tempo dos outros!

Há sempre um prazo para acontecer vida. Mas como se pode sorrir numa circunstância tão inanimada? Laura imaginara vida onde ela já não existia há muito tempo… Estava por um fio… Sentia-se insuportável por não conseguir discernir mais os seus actos, mesmo os mais elementares.

“Neste testamento de cegos já não há qualquer luz que se possa acender. Nenhuma réstia de esperança, apenas uma vontade louca, desenfreada de morrer e nascer outra vez. E não é isso que fazemos tantas vezes e ciclicamente? Desta vez não sei deixar-me morrer. É como se me tivesse dispersado nas fugas criativas”, cismava.

E em meditação, achava que o céu era a alcofa das almas, pela beleza do amontoado de nuvens doces que se insurgiam num céu cada vez mais cinzento, que se recusava a chorar e a libertar-se. A sua imensidão faz crer que todas as almas sejam, noutra esfera, envolvidas no algodão doce feito nuvem. As viagens têm o dom da abstracção e da multiplicidade de planos.

Observando, os seres que com ela estavam na camioneta, assistiu à graça de uma miúda de quatro anos que não queria “ir para o céu”, ao passo que o autocarro subia a encosta, rumo a um miradouro, a avó perguntara-lhe se não queria tocar nas nuvens, no céu… Ao que ela prontamente respondeu que não, porque não queria morrer. No calor da idade tinha o pré-conceito de que “ir para o céu” era morrer.

Um outro comentário a fez acordar da letargia de existir. Um rapaz do grupo, Jaime, que “fazia retratos”, deliciava-se a recolher expressões de vida nas excursões que sempre fazia questão de acompanhar. Gervaz, um septuagenário, ao vê-lo aproximar-se disse-lhe de imediato, “tire-me um retrato para a campa. Não tenho nenhuma”. Não se sabia se estaria a desejar a morte ou à espera dela, foi um pedido vulnerável de rendição… Jaime foi incapaz de negar-lhe o retrato, nunca pensou que um disparo representasse eternidade, num outro nível, mais mórbido.

No canto, Laura sentara-se em silêncio profundo. Tentando absorver aquelas duas realidades tão imediatas, tão seguras… Duas franjas sensíveis de vida. Uma com todos os sonhos do mundo, o outro sem um único. Mas não ficava por aí, cruzou-se com um diálogo ao telefone que dava conta de uma senhora que teve uma expressão grotesca: “E não é que ‘fulana’ anda paredes meias com ‘fulano’?” – Nunca ouvira tal coisa, mas pareceu-lhe hilariante a descrição.

Talvez seja esse o toque das viagens… Mais do que os sítios que se avistam, as pessoas que os rodeiam. Toca-se assim no infinito, quebrando-se com tudo o que anteriormente fora adquirido. Por momentos, Laura abstraíra-se da sua ignóbil realidade. Sempre soubera que enquanto andasse entretida, tudo o resto passaria ao lado. No limite, sabia que novos horizontes seriam descobertos, através da permanente escuta dos sons captados dentro da realidade tão plural em que vivia.