15 outubro 2015

Soneto Dez Minutos


















Aroma de mar...
Frio de vida...
Luz ténue...
Escondida...
A gaivota desliza,
num voo constante...
Parece menina,
De tão radiante.
O vento arrefece a alma
O medo arrefece a vida,
Escurecida...
O mar acelerado...
Sempre desajustado...
Aguarda a acalmia...

14 setembro 2015

Dias


O dia em que a cabeça ruiu,
O coração se apagou
E a vida se susteve.
Foi aquele miserável dia em que as forças não vieram,
A respiração perdeu o sopro
E a alma perdeu o medo de se esconder.
Inaugura-se o ciclo da dor.
Atravessam-se as enfermidades quase funestas.
Atiram-se as horas para os dias que surgem mais densos e longos.
Previsíveis, mas instáveis.
Cáusticos e atrozes.


04 setembro 2015

Como reagiam?















Podia ser seu filho, irmão, primo, neto, filho de alguém conhecido ou simplesmente um amigo, mas acima de tudo vai ser sempre uma criança…
A imagem choca. As circunstâncias avassalam. Ocorre-me a palavra: impotência, seguida de uma segunda: revolta.
Todos nós já tivemos três anos… Uma alegria irrepreensível… Provavelmente a inocente infância é a fase da vida em que a felicidade transborda e melhor nos descreve.
Invade-nos uma força hercúlea… Todos os sonhos do mundo nos pertencem...
Ao que parece... “Éramos todos humanos até que… A raça nos desligou. A religião nos separou. A política nos dividiu. E o dinheiro nos classificou.”
É toda esta inconsciência e inconsistência de (des)enganos que tem prevalecido.
Não há como ignorar, mas como combater?
Quantos mártires terão que coexistir?
Espera-se uma reacção. Espera-se urgência.
Senhores das guerras se fosse seu filho, irmão, primo, neto… 
Como reagiam?

21 agosto 2015

Alma de Vida


É no descanso da alma que reparo que as folhas caídas demoram a sarar.
Nunca estamos preparados para as partidas da vida…
Fica-se num estado letárgico para além da esquizofrenia das vontades.
A partilha de alegrias que encheu corações…
Converte-se agora em vidas abandonadas, em troços invisíveis...
Sombras que o tempo abandonará…Vultos desventurados…
Vivo fora de mim.
E, as imagens felizes que me encontram, trazem boa energia, vitalidade…
A felicidade dos outros contagia-nos.
Ajuda-nos a acreditar que vitoriosos são os que acreditam que a chama vai voltar a aquecer e que a luz voltará a brilhar.
Vou descansar a vida desta alma…
E alimentá-la de palavras que custam a voltar.

30 junho 2015

A um mês da década...


Falta pouco para que todo este conjunto de palavras construa uma década a que dei vida.
Às vezes a vida, a oportunidade chegam tarde...
Assim tem acontecido com as palavras...
Que andam entorpecidas... 
Ou quem sabe, cobardemente silenciosas.
Expulsam-se vidas que teimam em estar omissas.
Êxodos inconstantes.
Actos de contradição que nunca se irão esquecer.
Que os silêncios e as pausas se auto-excluam.
E que as vozes continuem a ecoar...

24 abril 2015

3 Momentos Mágicos!!!















Cada livro pela mais ínfima e etérea participação é um momento de extrema felicidade!
E o resto é silêncio…
Sonho.
Elda Lopes Ferreira


25 março 2015

Gotas de resjuvenescimento...

















As lágrimas adormecem-me num embalo para os sonhos,
Acordada já não sou gente.
As vidas que vivi,
Desconstroem os passos que dei.
Lentos,
Lassos,
Acelerados…
Vidas cruzadas com outras tantas, desajeitadas e trôpegas.
Vidas minhas percorridas, sentidas dum só jeito…
Simples e apaixonado... 


20 fevereiro 2015

Vértices


Falham as palavras de gratidão.

Estão guardadas no coração.

Absorvem-se no brilho do olhar, resplandecente e delicado.

Entorpe-se a voz, embargada pela vida,

que sempre continua…

Encolhe-se o medo e a fraqueza.

A inconstância susteve-se.

O diário escreve-se com nova cor.

As páginas caídas rasgaram um tempo sem futuro.

Mergulharam nas páginas da história que, submersas, se decompuseram.

Já não há tempo para páginas soltas.

Nem notas de rodapé.

Vêem-se as gordas, que enchem o olho.

Abandonam-se as que nada dizem…

A memória está mais ávida e selectiva que nunca.

Venham as energias divinas… cubram-se de assertividade…

Que as verdades sejam puras

E as almas generosas…

Num vértice de elevação sublime.