O mar vocifera. Escorre-lhe a ira dos pecados dos outros. Vómitos
que arremessam espuma de raiva, quiçá.
Qualquer natureza se indigna quando lhe tiram o chão, quando
lhe cortam os pedaços de vida.
O sol já não vai voltar a aparecer hoje. Talvez nem amanhã.
Escurece um dia que foi cinzento e brando. Arrefecido de
emoções. Pouco lhe resta de vida, apenas umas horas para acabar.
Até os dias sabem quando morrem. Fica a impaciência de os
viver, de os sofrer, de os agarrar…
Afastam-se as nuvens para deixar que o espectáculo comece
sob o brilho que vem do quarto da lua.
Boa Noite! =)