Tomamos a conversa dos outros como nossa para acalmar os
nossos silêncios, os nossos vazios comunicativos.
Rumamos às vozes dos outros, porque precisamos escutar mais
do que falar, numa entrega introspectiva…
Porque os silêncios aumentam todos os dias. Os vazios
também.
E habituamo-nos a este estado de alma.
Não queremos mais presenças desnecessárias, negativas,
fúteis, que não acrescentam.
Perdemo-nos em nós de tanto deixarmos de ser todos os dias.
Somos o nosso vício, o nosso bem, o nosso mal, numa
perversidade solitária, num caminho sem trilhos,
Completamente vazio.