12 fevereiro 2014

Saudade






















Como esquecer a saudade,
que se entrelaça com o esvaziar da luz do luar?
Essa mesma que amanhece em mim todos os dias,
querendo apenas me tomar…

A distância nunca foi tão próxima…
A dor nunca se fez tão célere…

Escurece a tua sombra em mim…
Anoitece a fúria da revolta…
Essa dor que permanece…
…que vai, mas que volta…

Os meus sonhos só me (des)compensam (d)as noites frias,
em que adormeço para na tua ausência te encontrar…

É nessa anestesia de amor,
que te cubro e descubro…
É nessa afasia de cor,
que te idealizar é tão somente amor… amor…

O teu perfume, o teu retrato…
Estão no quarto de lua que me resiste,
Tecida a saudade…

Olha a lua desse lado,
Que em pranto recado persiste…
Sem termo, sem idade…


02 fevereiro 2014

Instinto de Sobrevivência



























A memória é assim veloz e transitória, enquanto instinto de sobrevivência…
Queria desligar da corrente… Ou, em última instância, libertar-me das correntes que me aprisionam a alma e que não me deixam viver livremente, que é como quem diz, inconscientemente…
Nos arcos da vida, que todos sejam de “triunfo”, já que o arco-íris é efémero demais para ser um caminho a seguir…
O brilho das cores deste fenómeno natural triunfam em arte pura, mas são impossíveis de tocar, alcançar… 
Os seus extremos vagueiam imediatos e perdidos. Eu também…

Inverno


O vento encarregou-se de me fechar a porta do carro... 
É só mais uma que se fecha... 
Mas a fechar-se, estava mais um dia... 
Chovia... Arrefecia... Escurecia... 
O mar que me via... Ouvia-se no seu desassossego... 
As intempéries destroem, mas adormecem...