05 abril 2009

Resfolego...


Vazaram-se-me as palavras recônditas.
Trocaram-se-me as voltas do mundo que me assiste…
Deixei de usar o tempo.
Para que me use a mim.

O sossego interno necessário, inquieta qualquer ser que o busca.
A calma da tranquilidade é imprecisa.
O espírito treme no temor do passado.
Que não passou dum tumor esquecido.
Já não há sangue que verta o infame.
Um dia tinha que expirar a última gota.

Sem reservas…
Sei que não sou mais algema do tempo.
Deixo-o passar por mim,
Deixo-o ficar em mim,
Deixo-o viver em livre arbítrio.
Limito-me a prever os seus passos…
E, que enorme prazer isso me concede…
Sou a sua maior testemunha diante cada resfolego…

Atenta,
Tento alhear-me da má sorte.
Ausentar-me do desaire…
Tratam-se de meras ilusões temporárias.
Nada disto é real.

E… como eu preciso de verdades!!!
Tanto quanto preciso de invariáveis certezas…

2 comentários:

Rosa disse...

E quando nós simplesmente ignoramos a verdade, as invariáveis certezas, só porque queremos viver aquilo que já não existe?!! Aí, deixamos de usar o tempo para que ele nos use a nós... deixamos de usar a linguagem dos outros, faltam-nos as palavras e preferimos viver o momento ainda que o mesmo não passe de uma ilusão temporária do coração...
Hoje, prefiro não falar, não sentir, não ver o lado de lá... mas isto é só hoje. amanhã talvez já não seja assim...Continuo a adorar o que escreves!! Bjs***

Eldazinha disse...

As ilusões são supra necessárias... por mais surreais que sejam... eu tento valer-me delas quando quero sonhar. quando estou farta desta realidade cinzenta... dum dia-a-dia pernicioso... beijitos e obrigada pelas visitas... eu também vou passando lá pelo sapatinho =)!!!!