04 novembro 2011

Sem mais delongas

























Captamos os olhares que se cruzam com o nosso, alcançando novas perspectivas. Depois é só aguardar que o encantamento vire epidemia e contagie os que se afigurem por perto…
O momento é de respirar e de irradiar amor. É essa a sensação inesgotável que me encerra…
Somos existências desejadas, seja em presença efectiva, seja em sombra escalonada…
Amar é a melhor manifestação de que estamos mais vivos que nunca.
O amor é tremendamente revigorante e não menos contagioso. [Quanta dependência se cria…] Monitoriza, magnetiza e perturba o mundo, mas dessas perturbações e revoluções sabemos bem, que delas precisamos em série...
Deve ser por isso que não te cansas de correr, de morrer, de renascer e de ser mais real que a vida, ultrapassando o mundo dos sonhos. Fazes-me amar-te todos os dias um pouco mais. És um vício que eu não me importo que me contagie visceralmente! Afinal, só somos dependentes de boas tentações...
A Ana Carolina canta em «Entre Nós Dois»: “E cada vez que eu fujo, eu m’ aproximo mais…” E Ana asseguro-lhe que tocou na ferida: xeque-mate!
Tudo o que é errado tem uma maior facilidade e/ou fatalidade de ocorrência. Existiremos sempre predispostos a errar…
“A paixão é a moral da poesia”, e Herberto Helder percebia seriamente do fenómeno.
E, pensar que tudo se tem passado em meros olhares que se cruzam, trespassando-se despreocupadamente e desatinadamente um no outro.
É como se me reencontrasse numa narrativa própria e me reescrevesse encontrando outras formas de linguagem, sendo que o meu único preciosismo seria ir dormir a sonhar... Ser a bela adormecida dos meus contos efabulados.
É o amor. É o amor que nos traz essa paz meticulosa mesmo que só tenhamos lugar para amar, sem sermos amados. É aí que reside o lugar deste mundo. É esse o gelo que é preciso quebrar. Sem quaisquer expectativas… só assim quebraremos o gelo dessa incapacidade para nos metamorfosearmos de seres humanos melhores.
É essa abertura ao novo, que nos assegura a insegurança que somos enquanto seres susceptíveis ao sentimento.
E posso dizer que te amo sempre mais do que as medidas possam quantificar.
Fazes-me feliz em toda a perspectiva incorpórea que sou obrigada a usar de ti.

1 comentário:

Unknown disse...

Lindo!
Muito bom!
Jinhos do Prosador...