03 fevereiro 2007

Enough

Olhei, estava vazio. Resolvi entrar.
A madeira que ornamentava aquele lugar dava-lhe um ar acolhedor.
Ao fundo uma lareira aquecia o frio que o inverno trouxe.
As luzes que ali habitavam eram foscas, ténues deixando transparecer a idade daquele lugar.
Alojei-me mesmo ao lado da lareira, precisava aquecer-me.
A lenha ardia em labaredas voluptuosas. Dali a nada teria que ser reposta para a chama não voltar a apagar.
O barman veio ao meu encontro registar o pedido. Pedi um chá de menta. Dizem que faz bem ao coração. Talvez ele também precisasse de calor...
Abri o saco e tirei o livro que tinha comprado e aquele era o ambiente ideal para deixar-me viajar pelo mundo, sem sair do sítio através de um livro.
Passaram-se três horas... o chá arrefecera, anoitecera e aquele espaço estava amontoado de gente...
A leitura tinha-a envolvido como um edredon à noite quando nos aconchega os sonhos que vêm e vão.
Penetrara fragmentos cruzados de histórias de vida. E assim matava o tempo ouvindo pelo o olhar muitas vozes carimbadas nas folhas dum livro.
Espantava a solidão mesmo rodeada de tantos desconhecidos.
Entre grunhidos, gargalhadas e a música ambiente apenas escutava as palavras de um livro.
Curiosamente era um nome masculino e falava comigo, mesmo que em monólogo.
Soa interessante a ideia de um estranho falar-te ao coração, inserir-te no seu mundo com a vantagem de ficar sempre disponível para ti e a teu lado!
Interiorizei todos aqueles pensamentos soltos...
E só não desatei a rir, porque parecia mal. Já bastava os esboços de sorrisos inevitáveis ao passo que avançava no livro.
Não queria que me interpretassem como louca, ou ridicularizassem a idiota.
Senti-me óptima. Como já não me sentia há imenso tempo.
Entretanto, aquela tarde de sábado terminara... e a noite já tinha caído sem querer...
Fui embora. Mais tarde a companhia seria a mesma... estava certa que ia passar tempo de qualidade. E sobretudo sentir-me bem.
Que mais podia pedir?

4 comentários:

maryposa disse...

um livro, muitas páginas, milhares de linhas e ainda mais palavras que se entranham,e se estranham, pela mente até tomarem forma numa ou várias personagens qua passam a acompanhar o imaginário e até o presente.
*s

Anónimo disse...

um livro é sempre 1 bom amigo..

Anónimo disse...

sabes o k te digo? se continuas a escrever assim para as ferias nao pciso comprar nada p ler. parabens. lindo.

Eldazinha disse...

=)
Pois e eu lá vou dando conta dos seus comentários... =)

Já sabe a morada... entre sempre...