21 maio 2008

ENCONTRO


Porque mal conheces o meu nome, mas conheces o meu olhar…?
Avistar a esperança com os olhos do coração é gratificante.
Igual ou maior que a solidariedade que somos capazes de oferecer!
Longe ou perto, o que interessa é o que representamos de igual para igual.
Passei uma tarde de domingo num encontro. Encontro entre mim e as palavras, não as que digo, nem as que escrevo, mas as que alguém escreveu para mim. Para todo o universo.
Retive um pensamento simpático: “Tenha a serenidade para aceitar o que não pode mudar, a coragem de mudar o que pode e, sobretudo, a sabedoria de conhecer a diferença.” pp.144 in voltar a encontrar-te, do francês Marc Levy
Acho que vai de encontro a algo, que outro dia me ocorreu, em relação à desistência de lutar pelos sonhos. “Desistir dos sonhos nunca, mas enquanto eles não chegam à noite… o próprio dia tem que (es)correr…” afirmei.
Nem que seja, ao arrancar uma página do calendário e avistar a próxima, tentando escrevê-la da maneira mais sincera.
Posso colocar também a questão, porque vou dormir se não tenho que acordar?
Se a motivação for assim tão grande, perco tempo só a pensar. Gasto palavras, que articuladas, não se gostam de encontrar.
Da estória, achei bonito identificar uma pessoa com um local.
Torna-a dona dele… e todas as recordações se afiguram mais doces… e menos voláteis…
Acontece-me várias vezes identificar, pessoas, locais, perfumes, palavras, gestos, rostos, expressões, no baú das recordações…
São essas que encontro. Sorrio. E é como se as vivesse novamente.
Quando ‘acordo’ e volto a mim sei que estive longe, mas tremendamente perto.
O meu ar pensativo demonstra a longevidade do momento.
Senti tudo como na primeira vez…
Não é à toa que Massilon escreve que “a inocência está sempre rodeada do seu próprio brilho.” Ou que: “a alegria é a coisa mais séria da vida.” (Almada Negreiros)
Se a inocência tem brilho e a alegria é séria, também a seriedade da inocência não deve ser posta em causa, assim como a alegria tem imenso brilho…

“Acreditar em algo e não o viver é desonesto.”
Gandhi

Há dúvidas?
Deste lado não.

7 comentários:

Anónimo disse...

""Da estória, achei bonito identificar uma pessoa com um local.
Torna-a dona dele… ""

Sera verdade ? Ou será que esse local faz parte dessa pessoa ?
Bjs. do azul profundo do oceano.

Eldazinha disse...

Também é uma leitura possível. Ambas são passíveis de serem enquadradas. Fiquei por essa, pois os personagens do livro eram identificados com determinados locais... E ficaram mesmo donos deles. Isto é ficção. Na realidade, como anteriormente referi o vice versa também se aplica, naturalmente.

Beijos

Anónimo disse...

Oi, eu disse que ia andar por aqui no teu blog, nao disse?. Adoro a tua maneira de escrever...vou voltar ;)

Misantrofiado disse...

...proporcionas-me o sorriso, nesta particular publicação.

Um sorriso tão oculto e misterioso quanto os olhos que consigo.

Os meus olhos cheiram... inalam o odor da inspiração com que te contagias e envenenas, através desses goles tempestivos de literatura ácida e lacinante.

Muito teria eu para discutir com Ghandi (por exemplo) ai se teria!

Eldazinha disse...

Vai à cova e discute com eles! Não quero que fiques engasgado! =) Bjitos

Misantrofiado disse...

eheheh... engasgado tenho andado sim, mas comigo próprio, enfim ;)

João Afonso Adamastor disse...

...excelente 'poema-reflexão'
:)