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09 julho 2008

Curta-metragem


Digam-me que estou no meio de uma plateia dum filme.
Digam-me que este é um filme de comédia, salpicada de momentos de drama.
Digam-me que esta personagem principal não sou eu.
Digam-me que esta é uma personagem dramática e subversiva desenquadrada da realidade.
A ficção bate à porta alternadamente.
Qual o modelo de desfasamento entre a realidade e o imaginário?
O terror socorre-me a expressão facial, do mesmo modo que a vida me é tirada.
É apenas uma história peremptória e preambular a que vivencio.

Serei uma estória efémera e inconclusiva?

08 julho 2008

Aglomerado de emoções


O tempo contigo tem sido severo.
E inexistente fisicamente.
A cumplicidade que temos é determinada.
Beijo-te a pele quente cuja temperatura se deve à proximidade que imiscuímos.
Não sei desejar-te sem loucura.
Não sei pensar-te sem ternura.
Enquadro-te num imaginário surrealista.
Pois é assim que em mim te represento.
És filho dum sonho para sempre inacabado...
Intuo-te perfeitamente.
Estás num deserto de vida.
Coordenas o teu respirar no balanço da brisa marítima.
Os rochedos que te encontram são inibidores da tua força hérculea.
Retraem-te da proximidade difusa do mar.
Queres voar, mas não tens asas...
Nadas, mas não podes ir longe.
Cruzas os braços em sinal de misericórdia e redenção.
O teu espaço circunscreve-se à redundância de vontade.
Agarro-te ferozmente a boca e já não largo o teu pescoço e o teu cabelo.
Céus... como me faz sentir...?!
Num delírio vão e persistente...
Delicio-me.
A minha língua desmaia na tua.
São os teus lábios que a reanimam...
Que lhe dão vida...
Registas réstias impacientes de desejo e cedes aos espasmos eléctricos dum corpo que autónomo te obedece.
Palavras para quê?
Castiga-me.
Obriga-me a não te esquecer.
Recupera a vida que me espera.
Verbaliza-me a alma...
Ostraciza-me o pudor...
Negligencia o meu poder.
E espera-me sempre...
Grata por te ter encontrado.
Realeza divina.
Ouve o meu sentir através do meu olhar.
Permite-me carregar-te no colo voluptuoso que alimentas.
Excede a minha fúria sinistra carnal.
Mata-me lentamente.
E, vagarosamente entrega-me o teu céu.