16 maio 2010

Disparos de vida…


Choro cada pensamento que retenho do passado.
São memórias tão intensamente vivas…
Mas já tão amachucadas e defuntas…
Que me pergunto se ainda o são apenas para mim.
Abro o baú e ouço as melodias que sempre amei…
Que sempre guardei.
Todas me lembram um momento.
Um alguém…
Risos cúmplices que se afastaram.
Mãos que se aproximaram e desapareceram das minhas…
Vozes que escutava sem me aborrecer.
Palavras que trocava num simultâneo de vida com tantas cores…
Locais inesquecíveis… mas dispersos no meu tempo…
Tudo tem o seu tempo…
Até o relógio da vida nos levar ao corropio das lembranças mais vertiginosas e mais encantadoras…
Fixa-se um leve esgar saudoso no sorriso…
Uma expressão que muda a cada imagem, som ou tom…
Ressuscitando-me para a morte que dispara a vida…
A quantos círculos pertenceremos e em quantos realmente viveremos?
É a universalidade e eternidade da música que me faz regressar ao passado…
E que me abre as portas que julgo carcomidas pelo tempo…
E estão tão adictas ao tempo que passou…
Que jamais sendo saboreadas… voltam a perder o gosto original.

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