22 setembro 2009

Contas sem exactidão...



Quantos suores frios…
Quantas fissuras no âmago de um ser desprotegido e frágil…
Quantos ‘nãos’, não quis admitir…?
Quantos ‘adeus’ quis protelar…?

Quantos momentos julguei impossíveis e imprevisivelmente ocorreram e coloriram a minha vida?
Quantas lágrimas de felicidade escorreram de amor…?
Quantos planos replaneei…?

Quantas vezes temi o esforço para alcançar o limite do meu céu?
Quanto tempo passou sem que me apercebesse do amor que me acolhe…?
Quantas vezes olhei um oceano de prata para me afastar do que já se tinha esgotado e era apenas eu que não o havia alcançado…?
Quantas vezes as minhas lágrimas se perderam no seu leito?
Quantas vezes a imensidão do céu pareceu cair sobre mim?

Quantas vezes as minhas criações se decompuseram…?
Quantas vezes a minha voz se cala e foge das palavras e dos sons?
Quantas vezes as minhas mãos tocaram o céu e o chão?
Quantas vezes o desequilíbrio me manteve de pé?

Quantas vezes multiplicarei sorrisos?
Quantas vezes aguentarei a fúria de um olhar penetrante?
Quantas vezes terei de repensar o que fazer comigo?
Quanto tempo terei para:
Somar…
Multiplicar…
Dividir…
Subtrair…
E… (r)escrever histórias…?

Sem comentários: