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27 junho 2008

Inversão...


Ainda sinto o calor do toque da tua mão na minha.
Parece que não a querias largar.
Deixa lá. Eu também não queria largar a tua...
Estavas irremediavelmente distraído.
Não fazias nada que jeito tivesse.
Eu estava ali a observar-te divertida, esboçando um sorriso malicioso.
Folheava o livro que tentava ler, ou melhor, que tentava assimilar, 15 páginas num par de horas…
Que inconsequente diversão pra passar o tempo.
Divertes-me, sabes?
Tanta gargalhada minha ouvi, dedicada a ti…
Não me admira que saibas de cor cada momento que apelido de ‘presente’.
Porque decoras a expressividade dos meus movimentos, das minhas palavras, do meu sentir?
Tens poder sobre mim.
Tens-me.
Perde o norte, como quem diz: desequilibra-te…
Gosto de te ver destrambelhado… desequilibrado…
Sê o que és quando estás comigo:
Único.

23 junho 2008

Até onde?




Devassa
Essa vida que não passa
Mas sinto que se ultrapassa…

Esforço-me
Forço-me
Movo-me…

Encontro-me…
Perco-me…
Reencontro-me…

Longe
Perto
A descoberto…

Corro
Escorro
E morro…

19 junho 2008

'Prison Break'


A clausura tomou conta da minha vida.
A cadeia dos sentidos, cada vez menos deixa ver os raios de sol.
‘O sol quando nasce é para todos, mas nem todos o aproveitam.’
Eu deixei de o aproveitar.
Estou farta da sua luz.
A ténue penumbra avista-se delicada e sincera.
Estou com fome de vida e sequiosa de existir.
Antevejo-me como um nada vivo, com membros que se movimentam desleixados e sem energia.
As minhas mãos estão imobilizadas.
De tanto perderem, já nada agarram.
Antes garras, hoje mão cheia de areia a esvair-se por entre os dedos.
Apoio-me no sabor do nada.
Salvaguardo-me no silêncio.
Aproximo-me da minha escura solidão.
Algemaram-me a esperança.
Cumpro pena perpétua.
Não tenho forças para abranger a condicional.
Ou de ver-me na sua liberdade.
Presa, amarrada, acorrentada ao passado.
Espraio-me na sombra que me sofre.
É sempre preciso um passado, para cair na prisão do presente.

18 junho 2008

Ready to fly...


Acordei com o calor do verão a trespassar a minha pele
O termómetro fazia jus àquela temperatura.
Os lençóis misturavam-se com o edredon a meus pés.
Para trás tinha ficado uma noite de sonhos de paixão.
Esboçava o sorriso terno com os olhos entreabertos.
Espreguiçava-me, esticava os músculos descansados e relaxados…
Precisava dum banho para esfriar o calor do tempo.
A espera de ti.
Faltava pouco para estar junto a ti, mas essa espera parecia vinda para durar.
No duche, a água acordava os restantes sinais vitais.
A água não estava quente, nem fria, mas para esta última se encaminhava.
Se pudesse paralisava o momento e fazia-o perdurar pela sensação de bem-estar.
Desligava-me do mundo, mas não me desprendia de ti.
Éramos um só mesmo na distância.
Era fatigante viver aguardando-te na surpresa de te voltar a encontrar.
Essa espera apesar de impaciente era mútua.
Valia, pois, passá-la e ultrapassá-la…
No reencontro.
Imaginar-te a pensar em mim é presunção minha.
Ou se calhar nem tanto… Porque gosto de ti.
Perdoas-me?
A água continuava a escorregar sobre o meu corpo, parecia beijar-me a pele.
Serias tu?
Presumi que sim. Estás vivo em tudo que toco, em tudo o que me toca os sentidos.
Enrolei-me na toalha com a mesma suavidade do teu abraço.
Estava pronta para viver mais um dia.
Assumidamente confiante pelo o que me trouxesse.