02 abril 2008

Mentiras no dia delas... (1 de Abril)


Quero mentiras doces.
Mentiras de amor feroz e inexplicável.
Mentiras em que o meu corpo fica despido e no teu envolvido, recrio imagens do desejo.
Mentiras pragmáticas em que renego a verdade.
Mentiras em que crucifico a minha paz pelo sabor a ti.
“A vida é curta, é sonho de um momento.” (Bernardo Guimarães)
Os sonhos acordam em mim a pessoa que sou.
Apenas existo em sonhos,
Apenas existo em momentos…
Sinto este murmúrio falacioso a cruzar-se com a minha sombra exasperada.
Quero chamar Viver a cada sonho que cumpro.
A vida é realmente curta, para quem não sonha num único momento dela.
“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.” (Fernando Pessoa)
Por isso é que os sonhos têm um tamanho incomensurável.
Correspondem à identidade e à mais fútil proximidade que temos connosco.
“Para ser grande sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa.“ (Fernando Pessoa)
Ser-se Único. Todos os dias da nossa vida… Sem temermos que cada atitude, gesto ou palavra tenha sido em vão… somente assim nos cumpriremos na íntegra.
“Integridade é fazer-se aquilo que está certo, mesmo que ninguém esteja a ver.” (Jim Stovall)
E, a humildade pode chegar a este ponto.
No fundo, a mensagem a transmitir fala de amor:
“Que eu tenha peso e medida em tudo… menos no amor.” (Balaguer)
Até porque: “A pior das prisões é um coração fechado.” (João Paulo II)
Subscrevo.
E se for mentira, dar-lhe-ei todo o crédito.

2 comentários:

Misantrofiado disse...

A vida é feita de momentos... realmente.
Já o defendi e a consciência jamais me fará desviar da sua constatação.
Adoro a fotografia.
Adoro o complemento das tuas citações.
Os sonhos não são mentiras mas sim perspectivas e eu gostei destas tuas mentiras.

Ocorre-me discutir a afirmação de Jim Stovall, porque a integridade não depende nem é consequente de um verbo como aquele “fazer”, não… integridade é uma virtude demasiado abstracta perante o exterior de nós. A integridade é pessoal e intransmissível, porém, é tal e qual como o nosso bilhete de identidade – de vez em quando é necessário mostra-la para provar ou confirmar que… não somos “mentira”.

Eldazinha disse...

As minhas mentiras são agri-doces... lolllll e têm tanto de mentira como de verdade. Acho que o meu universo cerebral deve ter qualquer coisa insistente que me atira para as dualidades em tudo o que faço ou sinto.