07 julho 2008

Nada de nada...


- Nada. Simplesmente nada.
- O que é que se passa?
- Exactamente isso: Nada. Já disse.
- Isso é bom, mau ou assim-assim?
- Assim-assim a cair ora para o bom, ora para o mau.
- Convives bem com o nada?
- Sim.
- Mas não é o que parece…
- O nada é isso mesmo. Não parece, porque não existe.
- O que é que não existe?
- Muita coisa.
- Então o ‘muita coisa’ também pode ser nada?
- Há múltiplos de ‘nadas’, que para muitos são tudo.
- Não seria mais fácil?
- Seria pois, mas não consigo viver de aparências.
- Opção?
- Não. Essência.
- Vives de nada?
- Não. Vivo de pedaços de nada.
- Como por exemplo?
- Solidão, silêncios, olhares, sorrisos, pausas, o simples respirar…
- Não te amedronta viveres em constante solidão?
- Não. É dado adquirido. Nada mais me pode acontecer abaixo disso.
- És feliz?
- Não. Tenho momentos de felicidade.
- És do contra?
- Quando considero ser apropriado.
- Nunca mudas de opinião?
- Apenas se outras visões do assunto me fizerem concordar que são possibilidades a admitir.
- Quanto pedirias por ti?
- Nada.
- Porquê?
- Porque não estou à venda.
- És sempre assim?
- Sempre.
- Isso é bom ou mau?
- Bolas… não sei.
- Obrigada pelos esclarecimentos.
- De NADA.

2 comentários:

Misantrofiado disse...

...de nada.
Nada é assim mesmo. Nada apesar de nada ser pode ser um nada de muitos nadas.

Assim como eu.. assim como tu. Nada somos mas o nada que somos é simplesmente tudo.

Misantrofiado disse...

Confuso?
Nem por isso. Mas se continuar a pensar, mais confusão irei proporcionar.