19 junho 2010

Adeus amigo das palavras soltas!



Se me lançasse a um ‘convento’ escreveria um ‘memorial’…
Nele constaria uma viagem, onde pegaria numa ‘jangada de pedra’ e partiria a Lanzarote… para viver o silêncio e não o vazio de uma vida que por ‘intermitências da morte’… deixou de respirar…

Partiu com a poesia das palavras incompleta…
Encontrava-se traduzido em 45 línguas…
Num ‘ensaio sobre a cegueira’ (portuguesa)…
Fez da palavra portuguesa Prémio Nobel de Literatura.
Limitava-se apenas a deixar a pontuação para o leitor aplicar na sua liberdade criativa…

87 anos chegaram para encontrar a paz…
Ou talvez para percorrer ‘a viagem do elefante’…
2010 não é ‘O ano da morte de Ricardo Reis’... mas da sua voz - José Saramago…

No último romance Caim, a amizade escreveu-me: «Lembra-te que a leitura de um bom livro é um diálogo constante em que o livro fala e alma responde…»
É nesta analogia que te escrevo e que me deixo entranhar na tua obra.
É da ‘caverna’ que presto esta singela homenagem ao ‘homem duplicado’…

E ‘Levantad(a) do chão’…
Digo-te: Até sempre amigo das palavras!

3 comentários:

Unknown disse...

uma homenagem sentida...linda...saramago é um grande escritor e um grande homem! Daqueles verticais, que não se vergam...Não lhe digo adeus. apenas até já. Vai continuar sempre presente!

Anónimo disse...

Desculpem não partilhar da mesma opinião. Saramago para mim não passa de um rebelde que virou as costas á sua pátria para viver em Espanha. Passo bem sem ele, até porque não gosto de sua (dele) escrita e muito menos dele. Acho que agora, finalmente, vamos ter menos polémicas, gratuitas.

Eldazinha disse...

Levanta-se o fórum das catacumbas... ehehehe vá fui mazinha... já estou como dizia o Herman... "as opiniões são como as vaginas quem quer dá-las, dá-las!!!"
Naturalmente, é um ser envolto em polémica, ao qual uns são mais sensíveis que outros, quer pela positiva, quer pela negativa.
O meu maior elogio é à sua obra.
Há várias maneiras de juntar palavras e ideias e um cenário de história e gosto da composição. O factor Espanha é sempre discutível... na medida em que perfez uma península ibérica mais próxima nas suas palavras.
Quando me apercebi que em Espanha, apesar de não haver dias de luto nacional, junto da sua morada, o pequeno comércio fechou as portas... penso que foi uma alternativa sentida.
Ideologias políticas à parte. Revejo-me e reconforto-me nas suas palavras...
Amado e odiado será sempre uma figura incontornável da cultura lusa.
Um expoente... que abriu mais as portas de Portugal para o mundo.