12 fevereiro 2008

A minha história


Como acreditar em mim, como acredito em ti?
Sei que todos os sonhos são realizáveis, pois já provei um pouco do seu sabor.
Muito tempo passa para cortarmos as metas que nós traçamos…
O tempo que fica para trás parece uma eternidade e tudo o que alcançamos parece longínquo, distante e sem valor… mas sinto que no fundo não estive inerte… que vivi.
É uma espera tenebrosa. Na mala já levo a saudade e na viagem sei que vou percorrer o caminho dos sonhos, que é como quem diz: o caminho da felicidade.
É a minha vida.
É a única certeza que tenho.
As oportunidades falam-me em partidas, em chegadas e eu apenas sei que vou a caminho de construir uma história:
- A minha.
Os laços impedem os meus movimentos, mas a verdade é que ninguém é de ninguém, apesar de eu desejar que assim não fosse para poder achar mais rapidamente o sentido do Tu e do Eu.
Custa-me dar um passo.
Quando até passo pela vida a correr…
Dizem que para tudo há um tempo certo…
Mesmo para aquilo que não vai acontecer.
Talvez por isso, me sinta feliz, me sinta bem e tenha toda a paz de espírito necessária.
Obrigada.

04 fevereiro 2008

Deriva...


São lágrimas de ausência de paz.
Não mando em nada.
Nem em mim, nem na minha alma que vagueia…
Longe do meu querer…
Porque é que a tristeza me acompanha?
Sinto-a como uma sombra que não vai embora.
É uma dor corrosiva em que a melancolia trespassa os meus dias…
O meu viver…
Queria que os pontos de intercepção fossem mais claros.
Que a distância que não tenho entre os sentidos não me asfixiasse o pensamento.
Que a intensidade de acreditar fosse gradual aos meus desejos de ser...
O que vou sendo sem ser…

31 janeiro 2008

Esquecer...


Sei que tinha que vir.
Sei que era isso o que a minha intuição me dizia para fazer…
Mas estou cansada de esperar.
Cada hora,
Cada minuto,
Tornaram-se insuportáveis…
Sei que preciso de tempo.
E que convivo com o seu desespero de passar.
Não consigo pôr as mãos no fogo, porque já tenho a alma enregelada.
Desfaleço a cada dia pela angústia que teima em me destruir.
Não domino este impasse.
Não domino esta vida.
E é tudo isso o que não quero:
Esquecer-me de mim.

24 janeiro 2008

Quem és tu?


Quantas lágrimas chorarei mais por ti?
Que também me pertences.
Quantas lágrimas se largaram e largarão daqueles rostos cada vez mais frágeis e débeis?
Que apenas tu não reparas.
Quantas vezes terei que te dizer que estás errada?
Sem que tu o percebas.
Quantos erros sucessivos cometerás sem que os que ficaram para trás te tenham servido de exemplo?
Que exemplo darás a alguém se não o és para ninguém?
O que te custa ser honesta com o teu coração?
Porque o moldas à intransigência?
O que te faz ser tão cruel?
Se nunca ninguém o foi para ti.
Porque não deixas entrar no teu coração o afecto livre e sincero?
Porquê essa pedra, em vez dum bom coração?

Quem és tu?
Desconheço-te…

17 janeiro 2008

Paz

Tantas páginas escrevi no livro da vida… sem contar as que estão para a frente, nem querer rever as que ficaram para trás…
Identifico-me com o ambiente que me rodeia e a minha circunstância.
É o que acontece quando o coração nos governa o corpo e a alma.
Desejo encontrar a tranquilidade que começa a habitar-me e pensar que cada dia pode ser sereno e pleno de sentido…
Estou mais calma, o risco vale a pena e é isso que deixa viver o meu espírito em paz.

11 janeiro 2008

Choro D'alma


Tenho procurado portas que convidem à entrada…
Tenho entrado nas portas que me deixam espreitar…
Neste entra e sai… Tenho conhecido vultos de almas desconhecidas…
Tenho-as apanhado desprevenidas…
Assim como as ondas do mar…

Correndo o risco de ser inconveniente…
Passeio e quase que vagueio pelos caminhos que também são meus por pisá-los diariamente.

Respiro o mesmo ar saudável em que esvoaçam as aves e, os salpicos do mar vêm até mim num Inverno terno, quente e delicado…

Há fins que proporcionam recomeços.
Há meios que justificam a passagem.
Longe de certos endereços…
A cada dia transito na minha viagem…

Longe de tempos de gritos,
Perto dos meus silêncios…
Percorro essa estrada…
No meio, a encruzilhada…
Em que resolvo cada nó…
Vivendo só…

Acompanhada pela vaga alma que eu deixo viver…
As tormentas… Procuro esquecer…
Porque a vida tem o sabor suave de veneno…
Que torna o mundo mais pequeno…
Que o deixa desfalecer…

Ajustando memórias,
Conto as minhas histórias…
Que sussurram ao meu pensamento
Que cada lamento,
É o peso da hora,
É o peso da demora…
Duma alma que chora.

30 dezembro 2007

Para trás ficou...


Olho sem ver e sinto um vazio.
Não apenas por os lugares do lado estarem de vago, mas por esta nuvem de solidão, que avisto antes da chuva inundar-me a tristeza…
São retratos dos meus silêncios…
Em que eu, muda, vacilo na multiplicidade de quereres e desordens dos instantes que já passaram e me fizeram imensamente feliz.
Hoje é um dia feliz.
Todos os dias o podem ser…
A saudade inunda a alma e invade os meus olhos de emoções…
Eles não mentem.
São fiéis ao meu coração…
É pena, mas há sempre algo que fica para trás sem qualquer despedida…

22 dezembro 2007

Já não...


Cheguei sem sentido.
Encontrei o que não via mas sempre conheci.
Habituei-me a estar.
Está tudo na mesma, mas eu não estou.
E, onde estarei?
Fiquei sem alma de tanto tentar viver ou sobreviver…
A chuva teima em cair.
Apesar do calor de braços.
Do cheiro do vento e de estar aqui.
Já não sei sentir.
Já não sei partir.
Já não sei fugir.
Já não sei consumir.
Fugindo não consumo a partida porque estou a senti-la demais…

05 dezembro 2007

ADEUS TRISTEZA... ATÉ DEPOIS...


Fernando Tordo : Adeus tristeza
Letra e música: Fernando Tordo In: "Adeus tristeza", 1983 Victor Almeida

Na minha vida tive palmas e fracassos
Fui amargura feita notas e compassos
Aconteceu-me estar no palco atrás do pano
Tive a promessa de um contrato por um ano
A entrevista que era boa
E o meu futuro foi aquilo que se viu

Na minha vida tive beijos e empurrões
Esqueci a fome num banquete de ilusões
Não entendi a maior parte dos amores
Só percebi que alguns deixaram muitas dores
Fiz as cantigas que afinal ninguém ouviu
E o meu futuro foi aquilo que se viu

[Refrão:]

Adeus tristeza, até depois
Chamo-te triste por sentir que entre os dois
Não há mais nada pra fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar

Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Devagarinho num couplé pra começar
Com muita força no refrão que é popular
Mas outra vez a triste sorte não sorriu
E o meu futuro foi aquilo que se viu

[Refrão]

Na minha vida fui sempre um outro qualquer
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser

[Refrão]

03 dezembro 2007

QUERO SENTIR


Parei para escutar
O bater do coração
Hesitei…. Um momento
Queria usar a razão…

Pedi desejos às estrelas
Porque queria ter-t‘a meu lado…
Entrei no sonho…
Quando devia ter acordado.

Quero sentir
Que estou em ti
Para sempre…

Se partir
Vais comigo
Eternamente…

Vou ouvir a melodia
Que te traz ao meu encontro
E sentir dia-após-dia
Esse amor quase louco…

No aconchego do teu calor
Adormeço… Desperto…
A beleza dum amor
Que nunca esteve perto…

Esperei pelo sorriso
E devolvi-m’a paz
Esse beijo indeciso
O teu jeito incapaz…

27 novembro 2007

Não estaremos todos?


Testar limites.
Testar os nossos limites.
Não saber o que o amanhã nos reserva…
Acreditar nas capacidades que temos…
Tentar não falhar nas solicitações…
Encontrar respostas para ser feliz…
Ter alguém por perto para devolver um sorriso…
Fazer da incerteza a maneira mais gratificante de respirar cada segundo como se fosse o último…
Sinto demais… tudo o que encontro e faz parte do meu mundo…
Todos os dias são bons dias para sermos honestos connosco e responder aos devaneios da vida que quero consumir sem pressa para poder saboreá-los momento a momento…
A perfeição não existe?!
Temos que ir buscá-la e respirá-la…
A cada dia tudo pode ser mais e mais perfeito!

23 novembro 2007

Importante...



“O importante não é o momento em que conhecemos as pessoas, e sim, o momento em que elas passam a ser importantes para nós.”

Conheço muitas pessoas importantes… é verdade.
Mas as mais importantes são aquelas que me fazem sentir que estou viva!
São aquelas indissociáveis da minha alma por qualquer motivo.
Sei que há várias passageiras, mas que na sua passagem me inundam de esperança, felicidade, alegria e vida…
Capto as suas mensagens e deixo-as partir livres… porque absorvi e aprendi alguma coisa com elas…
Ter ouvido e olho atento para aprender é um dom…
A resolução dos enigmas das mensagens transcendentes ecoa em mim e eu sei disso…
Continuo na busca pelo meu lugar ao sol…
O tempo, o espaço, o ritmo… pouco valor têm…
A cada passo que dou sinto que vou ficando mais perto…

09 novembro 2007

Eu Condeno...


Condenemos as palavras…
Mas nunca o nosso olhar….
Ele despe e entrega todo o nosso corpo, toda a nossa alma…
Todo o nosso ser…

Condenemos os sentimentos…
Porque os sentimos mesmo sem querer.
Talvez essa injustiça traga agradáveis surpresas…
Agarro-me a essa esperança porque sentir é a forma mais bonita de viver…

06 novembro 2007

Aos momentos inoportunos...



É na imperfeição de algumas palavras, tristes, cabisbaixas que te encontro no abismo…
Trôpego, vociferando as incongruências de um sofrer grande e custoso.
Não sei o que te dizer, não sei como te alcançar e qual toque escolher para tornar o teu sofrimento bem menos doloroso…
Estou muito perto de ti mas não consigo soletrar uma única palavra, porque aquilo que vejo é uma imagem cruel demais… para ser descrita.
‘Ele morreu enquanto estava vivo’ (Paulo Coelho – Sou Como O Rio Que Flui)
E tantas vezes é essa a experiência deprimente que fazemos da nossa vida.
Carpe Diem… para sempre é o que desejo imbuir no teu ser…
Mas é esta a parte em que eu digo que ‘não sei’ (como) e a minha ignorância alcança.


Acho que “aconteceu tudo o que tinha de acontecer, e não aconteceu nada.” (idem) E basta esse nada para me encher de esperança em ti...

30 outubro 2007

Provérbio grego!


Há um provérbio grego que diz “começar já é metade de toda a acção”.
É nele que me concentro quando o desatino é o caminho mais fácil de seguir...
Sou capaz de tudo se a minha voz interior quiser acreditar nessas palavras.
Falham-me as forças, sem raciocínio.
Aguardo momentos de réstias de inteligência.
Domino a minha vontade de tentar desistir, porque esse nunca foi o meu destino.

Parei de olhar para trás, apesar de não saber os passos certos para seguir em frente.
O rasgo do teu olhar é mais forte, seguro e ampara-me. Talvez ele saiba guiar-me nas fraquezas que me encontram...

O dom de Amar...


Amo tanto que mal sei evadir-me do sentimento que me preenche a vida.
Amar é um dom.
Amar torna tudo diferente.
Mostra as cores mais bonitas duma pessoa e deixa para trás a tristeza de um viver só...
Amo todos os dias com um simples olhar qualquer coisa.
Persigo o amor e deixo-me prender a ele...
É uma busca que me dá toda a estabilidade necessária para viver.
É um sentir que me enche de vida e me faz acreditar que amar a vida, amar a família, amar um amigo, amar algo ou alguém é contruir uma ponte com várias artérias e vias que chegue a vários corações...

20 outubro 2007

Where Are You?



Entrego-te o meu sentir.
Se é que já não o sentes…
Sussurro-te memórias esquecidas,
Sentidas…
Que ainda não preenches.

Fujo da intensidade de te ver
Controlo o instinto que me persegue
Construo-te sem saber
Mas não sossego.

Vivo sem nada saber de ti…
Contorno a tua imagem…
Talvez um dia surjas na minha vida…
Ou talvez na minha viagem…

Qual o brilho dos teus olhos?
Qual a cor do teu sorriso?
Quais as tuas feições?

Ofusca-me a memória...
O tempo é impreciso...

Encontra-me na tua história...


"Sê a mudança que queres ver no mundo."

Mahatma Ghandi


20 setembro 2007

Missão Corvo!


Acabou de passar um bando de Gaivotas.
O mar está calmo e convida ao banho.
Passo e avisto-o do alto para não me tentar...
Entre o barulho das ondas a bater contra os rochedos vulcânicos, delicio-me com esta banda compassada em que o mar é o instrumento musical e as gaivotas, as cantoras de serviço!
O maestro dispensa-se pela espontaneidade de sons...

Estou na Ilha do Corvo, a ilha mais pequenina do arquipélago dos Açores, há quem diga até que é a mascote pelo seu tamanho!
Não nego que estava curiosa por ver de perto se a ideia de que o tamanho importa aqui se podia subscrever.
Tal como nas pessoas a primeira impressão é a que conta para mim... E a imagem que fiquei era verde de esperança pintada com um amontoado branco e tranquilo do casario da vila.

Não era a única curiosa, pois por onde passava e ainda passo não deixo ninguém indiferente até porque acabo por ser uma ‘novidade’...
Aqui as pessoas retraem-se no seu canto, pois têm medos fundados de trapaças de um passado recente.

Para primeiro dia explorei quase a ilha toda. (Não é difícil!!!) O cansaço era algum e o tempo também começou a mudar. Mais oportunidades hão-de acontecer e andarei à descoberta, não digo que será de mapa e bússola na mão, porque perderia muito tempo a achar-me, mas irei passo-a-passo até onde as pernas me levarem. Eu gosto de caminhar.

Bastou uma semana para lentamente ir conhecendo as pessoas que lideram a ilha. Vi muitos mais rostos, e a pouco e pouco vou decorando os seus nomes. Nesta semana consegui, entre outras coisas, ter um pedacinho de tempo para calcorrear os locais mais pitorescos e turísticos. Apesar de já ter visto muita coisa acho que existirão sempre muitos sítios a explorar. Basta o tempo mudar e encontro outra paisagem no mesmo sítio...

Sinto as nuvens chamando entre sussurros a chuva. O clima das ilhas acaba por ter esta magia de mostrar todas as estações no mesmo dia ou até mesmo em algumas horas. E tem tendência a apanhar-me sempre desprevenida.

Viagens e voltinhas à parte....
Lá no alto voei para chegar cá.
As milhas que percorri levaram junto do vento e das nuvens os pensamentos mais desajustados.
Baralhou-os e mergulhou-os nas ondas do mar…
Tornaram-se segredos preciosos fechados nas ostras como as pérolas…
Foram momentos descompensados de tempo…
Mas enriquecedores da alma…

Fica uma frase que me tem acompanhado aqui: “Amanhã à mesma hora!”

14 setembro 2007

I am what I am....


“Whether we write or speak or do but look
We are even unapparent.
What we are,
Cannot be transfused into words or book.
Our soul from us is infinitely far.
However much we give our thoughts the will to be our soul and gesture it abroad,
Our hearts are incommunicable still.
In what we show ourselves we are ignored.
The abyss from soul cannot be bridged by any skill of thought or trick of seeming.
Unto our very selfs we are abridged when we would utter to our thought our being.
We are our dreams of ourselves, soul by gleams, and each to each other dreams of other dreams…”
Enviaram-me por sms e eu guardei... partilho porque gostei!

11 setembro 2007

Cheguei...


Voei até cá chegar…
Atravessei muitas adversidades e agora estou aqui.
Vejo o colorido desta flor e mais adiante a minha nova casa…
Cheguei à nova casa e senti-me bem.
Ainda bem que os braços se abrem quando outros se fecham.
Ainda bem que as portas e janelas se abrem quando se julga que elas já nem existem.
Estou no meu gabinete e avisto e ouço as ondas do mar…
São estas portas e travessas que entusiasmam o meu viver.
Estou cá de corpo e até de alma….
Acordo ao som das ondas e adormeço com a mesma melodia.
Todos os dias podem ser meus.
Desde que eu queira.
Vale a pena tentar…
Nem que seja sempre:
SÓ MAIS UMA VEZ!