28 julho 2006

Presente

Privei-me das palavras de amor do mesmo modo que dos sonhos em que te incluía inconscientemente.
Conhecia-te como ninguém, conhecia-me como ninguém.
Fiquei parada observando tudo o que me rodeava.... Tudo indiciava a despedida...
Parecia que iriam ser as últimas vezes que ali pernoitava, que ali habitava.
As minhas emoções estavam ao rubro... Tinha o desejo de partir, mas já estava aprisionada àquele sítio.
Criei raízes, criei laços, criei-me e cresci, amadureci....
É este o engrandecimento da vida...
Fazer de nós um intruso desejado...
Estava eufórica, prevaricava na alegria.
Fazia-me bem aquele estado de espírito.
Enchia-me de coragem para agarrar o amanhã com tudo a que tinha direito.
Sim. Porque quando quero uma coisa, quero-a na sua plenitude. Quero-a completamente...
Os fragmentos ficam para aqueles que não sabem o que querem e se contentam com partes que nunca vão representar um todo.
Sei o que quero. E é essa determinação que não me torna superior a ninguém, mas capaz de vencer.
Um espírito livre... intenso... profundo... na sensatez duma alma que sabe perdoar...
O mundo que me rodeia a cada dia que passa é mais belo...
Os responsáveis? Os meus olhos... que decidiram colorir a escuridão dos dias cinzentos, afastando as nuvens e principalmente as chuvas torrenciais para outros rumos, que não os meus...

1 comentário:

Anónimo disse...

estou deliciada com essa tua prosa poética, lírica e passional :)
continua
*s