30 dezembro 2006

O Relógio não pára...

“I was young and wild. I’m still so inside…”
A rebeldia da idade incapacitava-a de ver com clareza o que acontecia dia-após-dia.
Ela dizia que não precisava de usar óculos, mas também ninguém se referia a esse pormenor.
Rebelde vai ser sempre. Ver para além do ‘hoje’ é que já era difícil.
A sua maneira diferente de estar na vida fazia-a crer em mensagens como: “que a morte nos encontre vivos e a vida não nos mate.” E era bem verdade.
Além das consumições da vida, ela é consumida depressa demais para não a aproveitarmos e se possível da melhor forma…
Não gostava de relógios. Não gostava de contar o tempo que faltava. Que passou.
A espera pode ser dura, mas oca… mas também era passível de surpreender, contrariando as expectativas mais optimistas que na verdade são mais pessimistas que a tristeza dos dias cinzentos.
Apesar das conjecturas apontarem para os bons momentos, o ser humano é terrível. Prende-se à certeza e sonha com a incerteza.
Ela preferia a incerteza é mais instável e circunstancial. Circunscreve-se a uma possibilidade remota.
Fez a comparação mais parva da sua vida, quando se referia aos momentos menos bons durante uma conversa ao telefone com uma grande amiga, mas que ela achou perfeita: “na vida tudo é como uma varinha mágica… (aquela mesma da sopa…) pois PASSA TUDO!” Riram-se efusivamente. Aquela mensagem dita sem querer e na sua simplicidade tinha um misto de humor e realidade.
Temos pessoas que nos ouvem e isso é estupendo. Seja asneira ou disparate… Dizer tudo ou parte… Não interessa.
Estabelece-se o processo de comunicação. Transparece ali a ‘teoria’ do feedback, longe dos ruídos e das interferências alheias a Emissor de mensagem e consequentemente Receptor e vice-versa.
Teorias à parte… são as boas colheitas não do vinho, mas dos Amigos que se mostram tal como o voto matrimonial: para os bons e maus momentos.
E como se tropeça largas vezes nos laços tenta-se não esquecer aquela frase que diz qualquer coisa como: “never regret something that once made you smile.” À qual se acrescentaria certamente: “live life in every breath.”
Não era suposto ser introdução ou conclusão do livro de nenhuma vida. Ela ficava feliz por ser um capítulo ou até uma página de doce lembrança, na altura em que se relê. Ao longo dessa página ela e o mundo concluiam...
“A vida é tão curta e a tarefa de vivê-la é tão difícil que quando começamos a aprendê-la, já é hora de partir.”

ACASO

Às vezes faz falta dar o primeiro passo…
Depois tudo ACONTECE!
Há momentos que surgem por acaso, mas que não ficam guardados no acaso.
Desde o primeiro dia que ali entrei que o fascínio por uma paixão comum se ergueu.
Quando se gosta de algo em comum… Esse algo exerce um magnetismo (in) voluntário que nos puxa pelo prazer comum do gosto!
Entrei e fiquei seduzida por aquele lugar, que fazia parte da história… pelas histórias que contava. O que não pensei… é que um dia fosse fazer parte da minha história.
As portas abrem-se, mas muitas vezes temos medo de entrar…
Mesmo assim a força de lutar por aquilo que nos é genuíno… intrínseco e invariavelmente nosso… cruza-se com as forças negativas que nos impedem de seguir em frente.
O desânimo, a descrença… assumem-se como qualificativos da própria desgraça… porque ela também acontece!
Os acasos da vida são brilhantes e não menos deliciosos! E este foi sem dúvida um deles.
Foi tudo rápido demais… Até a mim… fez confusão. Admito. Além dos sonhos entrego-me aos desafios… paixões… para saber se sou capaz…
Fico satisfeita quando no fim a resposta é a afirmativa!
Foi uma oportunidade única. Que possivelmente dificilmente um dia seria concretizável…
Há momentos, pensamentos que não passam disso mesmo… pela vida fora…
Mas se não tivermos vontade de sonhar, mais e mais… concretizar e avançar…
Ir em busca de vários sonhos e vivê-los intensamente, o nosso acaso de vida, não passa disso mesmo: um mero acaso!
A receptividade foi inigualável, o trabalho de equipa funcionou.
As portas abriram-se quer para as “Imagens do meu Mundo”, quer para o ‘Retrato’ da Amizade…
Por onde passo tento deixar a minha alegria, a minha magia pessoal…
Com o passar do tempo… sustento-me com as boas memórias que construo.
Às vezes mais curtas, outras mais intensas, mas sempre minhas…
As más dispenso… disponho-as num canto de mim para os ‘maus dias’ (porque esses também existem…) São dias em que não me encontro disponível para ninguém… talvez nem mesmo para mim…
Abraço a vida com força e com os dois braços… Quanto mais não seja para aconchegar o meu viver sonhador, intenso e mágico…
Nos dias que antecederam o ‘grande dia’ senti o nervoso básico de alguém expectante… principiante… e perfeccionista que quer que esteja tudo perfeito ou lá perto.
Da chegada à partida só me ocorre uma palavra: MÁGICO!!
Porque toda a fragilidade que temos se move com a sensibilidade com que abraçamos os projectos…

26 dezembro 2006

Personagem do dia

"Cheio de insubstituíveis está o cemitério cheio..."
Ele repetia todos os dias a todas as horas, recordando o fim incalculado inevitável.
Ele era severo, prático e infeliz. Dizia os disparates que lhe restavam no cérebro com tanta convicção que dificilmente se iria habituar a ordenar um único pensamento coerente.
Estava demasiadamente preso e domesticado ao seu mundo pequeno, sustentável apenas por mais uma vivência ordinária tão comum nos dias que deixaram de passar para ele, porque são todos iguais e funestos.
Cada passo que dava era um distúrbio que provocava.
Há pessoas assim, desconhecem-se a si próprios e encontram-se no número da conta bancária, apesar de não ser essa a ideia...
Quando se vive, aproveita-se o acaso para ser uma existência com sentido, nem que seja mínimo, um nada acima do zero.

19 dezembro 2006

Reflexo puro...

Amanheceu em mim…
As cores da manhã devolvem-me a sensatez dos sonhos desfeitos e imperfeitos da noite.
Cruzei-me no caminho com o Mar… Ele estava calmo. Como eu.
Os nossos estados de espírito… misturam-se frequentemente…
Damo-nos bem…
Convivemos bem com a ausência um do outro…
Mas sei onde posso encontrar uma fonte de inspiração, um amigo.
O silêncio fraudulento das suas ondas, abraça a minha alma invariavelmente.
O vento já espalhou a areia do seu areal…
Espantou as gaivotas e entregou a temperatura negativa aos termómetros…
Mas eu continuava com o meu destino traçado. E estava ali impávida e serena… murmurando segredos… ouvindo respostas que mesmo em silêncio diziam-me tudo.
Falavam que o caminho era aquele que seguisse…
Desde que ouvisse a voz dele…
Ele era o meu Deus, chama-se Mar… e parecia uma Pessoa…
Que estava ali para levar as águas e lavar as memórias… e os rostos encharcados da chuva que teimava em cair.
Saía dali como nova ou renovada e esperava que o retorno fosse mais espaçado…
Mesmo assim era mais forte que eu. Não resistia à sua presença que era mais forte que a minha existência e me alcançava fora e dentro de mim…
A sua presença era completa e também discreta… E essa perfeição só podia resultar impossível…
Eram duas almas, mas não duas vidas.

18 dezembro 2006

Aqui fica o meu conto de Natal...

Era uma vez…
Um conto ou três…

Que falava das cores do natal
Na magia do sentimento
Podia ser uma história banal…
Mas tinha um pressentimento…!

As ruas enchiam-se da cor das luzes…
Que acordavam aquela cidade…
Para a maravilha da época
Quando vivida de verdade….

As pessoas ficavam mais gentis…
E toda a gente era feliz…

A harmonia e a alegria daquele mês…
Engrandeciam os três…

Eu… tu e ele…que não existe…

Todos os dias deviam ser Natal…
Pelos valores que a época transmite…
E por isso persiste…
Para sempre…
Mas se pelo menos uma vez no ano…
O coração se abrir ao amor e à amizade…
Talvez este conto um dia seja realidade….

Feliz natal e um excelente ano de 2007 a todos os amigos, conhecidos e, porque não, ilustres desconhecidos que visitam este blog!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Beijos e Abraços

Eldazinha

11 dezembro 2006

Acho que não é preciso dizer mais nada...






















Quando uma imagem vale mesmo mais que mil palavras...

Sonhos

“Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Más há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.”

Shakespeare in Sonhos de Uma Noite de Verão


Tudo é permitido quando se sonha... seja de noite ou de dia...
“O sonho comanda a vida...”
A vida também é capaz de comandar o sonho...
Ou pelo menos mantê-lo aceso...
Sonho ao acordar e vivo...
Porque todos os dias podem ser um sonho... podem ser de sonho...
Porque sonhar nunca foi impedimento de nada...
A magia dos sonhos... é pura...
E existe para nos fazer felizes...
Justamente como os amigos...

04 dezembro 2006

O mau tempo também passa...

Discutíamos mil e uma coisas… mas era a maneira de viajar no teu íntimo e reconhecer-te…
Regressando apenas quando os ponteiros do relógio ameaçavam o romper do dia… e as cores da manhã contornavam o teu… o meu olhar…
Todos os nossos sonhos eram comuns…
Ambos os criávamos juntos…
Podiam ser banais… mas eram nossos…
E eu amava-te…
E acho que isso diz tudo.
Já esgotei o leque de palavras…
Na tentativa de justificar o meu sentimento.
Interligava momentos…
Construía um labirinto…
E o meu maior quebra-cabeças…
Era sem dúvida… a dúvida… se escrevia sobre o que se passava comigo no amor… na vida ou na sorte… e até eu me confundia…
Eu baralho as mentes menos atentas
E já não eras tu que me preenchias… o ‘sótão’…
Talvez o passado ainda estivesse presente…
Mas pouco a pouco ia ficando limpo e arrumado fora e dentro do sentido figurado…
Dos pensamentos que te incluíam.
A nuvem passou…
A chuva também…
Está um bonito arco-íris em mim…
E cada cor é um sorriso que dou…
A mim mesma e ao mundo…

Em todas as ruas te encontro...

"Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco"

Mário Cesariny

"Cesariny foi uma grande figura, um espírito verdadeiramente livre, como já não há muitos, cuja capacidade provocatória e criativa irrompia como um meteorito na noite escura num país reprimido politica e socialmente pela ditadura." Eduardo Dâmaso in Diário de Notícias


(in http://desablogabafos.blogspot.com/)
foto tirada em Espinho a 1 de Dezembro 2006

29 novembro 2006

1 minuto da sua atenção

O autor é para mim desconhecido mas acho que vale a pena focar nas seguintes palavras:

"Em cada minuto de tristeza perdemos 60 segundos de felicidade..."

E é bem verdade....

26 novembro 2006

Feelings...

As cores da manhã são as mesmas da noite…
Tudo porque é o intervalo de tempo que não estou contigo.
Viver assim é uma espera constante que eu aprecio apenas por saber que existes.
Caminhava por entre as ruas e sentia o frio da brisa do ar seco…
Fechava o casaco…
Lembrava-me de ti…
E a minha alma aquecia…
É o calor do teu espírito que me envolve e devolve…
Tudo o que eu preciso…
Espero reencontrar os teus olhos ao final do dia…
Que para mim é talvez o verdadeiro começo desse dia…
Estava rendida à tua presença.
E a tua ausência era um alento…
Que nem o vento conseguia levar…
Escutar a tua voz no meu ouvido…
É mágico…
E quando se fala em magia…
Fala-se das cores do além que existem…
E que apenas sentimos…
E não se justificam doutra maneira.

25 novembro 2006

Dinheiro vs Vida

Anthony de Croud, um missionário da África do Sul disse:

“Com dinheiro pode comprar uma casa, mas não um lar.

Com dinheiro pode comprar um relógio, mas não comprará tempo

Com dinheiro pode comprar uma cama, mas não o sono não.

Com dinheiro pode comprar um livro, mas a sabedoria não.

Com dinheiro pode comprar um médico, mas não a saúde.

Com dinheiro pode comprar status, mas não respeito.

Com dinheiro pode comprar sangue, mas não a vida

Com dinheiro pode comprar sexo, mas não o amor.”

Quando as acções se cruzam… com dinheiro… vivemos enclausurados e limitados…
Há que saber viver e gerir este bem… convenientemente…
Porque a vida é muito mais do que isso…

"O Céu é o Limite..."

Queria adormecer sem lágrimas….
Queria viver sem reservas…
Estamos sempre limitados…
Sempre aprisionados…
Pelas adversidades contraditórias…
De uma vida que se esgota minuto a minuto…
Momento a momento…
Longe de histórias incomuns…
Construímos histórias…
Construímos defesas…
Construímos barreiras…
Construímo-nos… dia-após-dia…
E erguemo-nos pela força da vontade de viver in extremis…
É esse o valor… da vida…
Viver no limite…
No nosso limite…
Por isso gosto daquela expressão “o céu é o limite!”
E é mesmo verdade…
Só assim a vida faz sentido…
Só assim o rumo fica traçado…
Vincado…
Pela passagem…
Que fica aos olhos de todos…
Como um acto de coragem…
E de admiração…
Por se ser forte o suficiente…
Ser inteligente…
Reconhecer as falhas do presente e avançar para o futuro sem medo…
Porque as acções sempre foram coerentes…
E construídas em bases sólidas…
Na expectativa…
Do triunfo… que conquistado… ainda tem mais sabor…

16 novembro 2006

Brilho sublime...

É num conflito directo de emoções que tenho gravado o teu sorriso sublime…
Naquela noite não era apenas o sorriso que brotava nos teus lábios….
Era todo o teu rosto… principalmente o teu olhar… e o jeito inseguro com que reagias à minha presença…
Um brilho intenso e acolhedor… como se tivesses saído duma dessas telas de cinema dum filme de romance e paixão…
Abriste a porta do meu sorriso…
E entraste… porque eu deixei…
Ao permitirmos a entrada dum sorriso fechamos a porta a todas as lágrimas que caíram a seu tempo…
Não as esgotamos… mas ficam adiadas até ao ciclo vicioso tropeçar na data…

06 novembro 2006

VIVEMOS DE MOMENTOS EM EXIBIÇÃO... NO MUSEU DE FOTOGRAFIA DE ELVAS


Eu vivo
Tu vives
Ele vive
Nós vivemos
Vós viveis
Eles vivem...

Viver é a conjugação perfeita para nos apaixonarmos por cada momento da vida....

Principalmente quando temos a possibilidade de o eternizarmos na lente da objectiva de uma câmara fotográfica....


Captamos sorrisos...
Paisagens....
Pessoas...
Lugares que visitámos e nos apaixonamos....
Expressões... que a memória não esquece....
Mas que pode ficar guardado para sempre...


Ao falar de mim...
Falo das minhas paixões....

Os amigos...
A música....
A rádio...
O jornalismo...
A fotografia...
Espinho, a minha cidade....
O meu mar que tanto amo...


Hoje é tudo isto que eu trago aqui....
Os meus momentos....
Que hoje partilho convosco e exponho ao mundo....


É uma exposição dos meus momentos...
Do meu mundo...
É a paralisação do que os meus olhos avistam....

Os lugares por onde passo...
As pessoas que me acompanham....
Os desconhecidos que surgem no meu caminho...

Vivemos de momentos....
Ou será que os momentos vivem de nós?

A vida esgota-se... mas os momentos não....

O tempo passa e apaga muita coisa....
Mas se alguns momentos ficam perdidos no tempo
... outros perduram...
para sempre...
porque também são eles que nos alimentam....
É deles que vivemos....


O brilho dos aplausos não me fascina...
Apenas...
O brilho do arco-íris (sol) que preenche os meus dias...
Até mesmo aqueles mais cinzentos...
Que cruzam o preto e o branco....


Momentos e mais momentos....
Levamos uma vida inteira a criá-los e a apagá-los...

E isso leva muito tempo...

Talvez... o tempo necessário.... para lembrar e esquecer...


Choro com a mesma intensidade que rio....

Mas no fundo vivo...

Tenho a certeza que vivi o momento...

Em qualquer que seja o enquadramento!


Não sou fotógrafa... gosto de tirar fotografias...

E eternizar momentos...
Foi com este texto que se iniciou a projecção da minha primeira exposição de fotografia intitulada "Vivemos de momentos..."
A inauguração foi a 4 de Novembro... com casa cheia... e vai estar patente ao público de 4 a 26 de Novembro, no Museu Municipal de Fotografia João Carpinteiro, em Elvas.
Uma exposição dos momentos presentes aqui no Blog... não é à toa que tem o nome "Vivemos de momentos..." Fotos e textos meus... em exposição durante o mês de Novembro...
Também o jornalismo marcou presença nesta exposição, como não podia deixar de ser...
O meu percurso no Jornalismo... também exposto nesta exposição inserida no V Encontro da Comunicação Social de Elvas...

OBRIGADA ELVAS...!

22 outubro 2006

Estou além (letra e música de António Variações)














Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só

Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só

Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

(Gravado no álbum Lena d’água Aguaceiro, em 1987)

Disco sem rotações...

Embriago-me de notas musicais…
Fico em coma duma overdose…
De música…
Descompassada…
Ultrapassada…
E continuo com sede… dela…
Todos os dias que passam…
Formo uma música…
Componho…
Entrego-me…
Deliro…
Fujo do silêncio…
E rendo-me aos tempos mortos…
Que acordam das profundezas…
Só por ouvir o som dos sentimentos incutidos na melodia de um dia normal…
Os ouvidos não se cansam de ouvir…
Desperto…
Acerto…
Vivo em constante… clave de fá…
Porque a de sol já está gasta…
O tempo passa em semicolcheia…
O grave agudiza-se…
Todas as estratégias ficam vencidas…
E os sonhos… vingam…
Pela força do sentimento…
Que não leva jeito…
Que não se leva com o vento…
Mas podia voar…
P’ra longe da fúria das cordas da tua guitarra…
Da alma do som da harpa…
Que desassossega as almas…
Da chama que se apagou… pelo tempo…

20 outubro 2006

Arco-íris da vida...














No dia em que as nuvens se aproximarem...
O vento continua a correr...
No dia em que a tempestade se aproximar...
Vais de certo sobreviver...

Acredito que a vida é feita de compensações…
As emoções de ontem...
As tristezas de hoje...
Nunca hão-de estragar o amanhã…

Obrigada por mostrar-me o arco-íris das pessoas...
Apesar dele se ausentar... constantemente...
Ainda acredito que exista...

(Dedicado a uma amiga recente mas para sempre!)

18 outubro 2006

Abres-me a porta?

Beijo-te com um sorriso no olhar....
E rio intensamente...
Eternamente...
A chuva afasta-se e deita-se no mar...
E eu sonho contigo...
Na tempestade... da minha vida...

Sempre te lembraste dos momentos importantes…
Que eu também definia como tal...

Desculpa não poder dar-te mais de mim…
Desculpa não poder estar por perto…
Mesmo assim…
O coração bate incorrecto…
Secreto…
Por ti…

Qual a chave para te amar?
Qual a chave para me encontrar?
Qual a via para chegar a ti?

Há-de existir…

14 outubro 2006

NINGUÉM É DE NINGUÉM...

Calo-me quando as opiniões vão de encontro às minhas...
Tenho por hábito não refutar aquilo que acredito...
Mantenho-me fiel… a mim…
Firme em convicções…
Estreita nas direcções…
Acompanho os instintos…
Alguém que tem idade para ser minha mãe… disse-me um dia que:
“Ninguém é de ninguém”
Às vezes parece que é necessário que nos abanem e digam... as coisas ao ouvido para as escutarmos... Reflectirmos... e Acordarmos... para as mensagens da vida...
Só aí me apercebi da verdade desta afirmação...
O sentimento de posse se nos acompanha…
Só atrapalha…
Estas palavras vieram ter comigo já lá vão alguns anos…
Não… não foi quando João Pedro Pais cantou estas palavras…
Ele não tem idade para ser minha mãe…
Fiquei com a sensação de que tudo acontece…
Por si…
Não é preciso influenciarmos as decisões…
Nem apaziguarmos rancores…
Basta viver…
Para perceber que o sabor das palavras, das pessoas, da vida…
Se resumem a uma palavra:
DESTINO…