20 setembro 2010

Ar de vida...

Há recantos capazes de nos aproximar ao nosso mais íntimo mar, sem que nos percamos no emaranhado de linhas do horizonte.
Recantos onde se estabelece o encontro sempre que os momentos de diálogo precisam ser restabelecidos.
Era uma espécie de esconderijo com uma vista surpreendente e privilegiada para o mar.
De entre rochedos, vislumbravam-se estrelas que vagueavam no céu e experimentava os salpicos salgados das ondas mais intrusas…
Na mais perfeita miragem deixo-me levar e conduzo-te nesta delicada invenção.
Prostramo-nos num banco de madeira a contemplar as dádivas da natureza...
Vais desviando a atenção entre a frontalidade do mar e a invulgar luz das estrelas cadentes que num ápice desaparecem.
Mal dá tempo para pedir um desejo…
Mas ao ouvido, sussurras-me desejos que esperas ver cumpridos...
Escuto, atenta... E vagarosamente deixo-me levar pela respiração que arfa no meu ouvido e que escorre pelo pescoço...
Os lábios tocam-se com a mesma brandura dum véu singelo que cobre um corpo despido. Mergulhamos num beijo de intensidades obtusas…
Os braços entrelaçaram-se num laço eterno...
Como se estivéssemos a embrulhar aquela noite no nosso presente.
A intranquilidade do momento restabelecia o sossego em duas almas abandonadas.
O nosso ar fundia-se em vida.
Se existia, estaria desfasada e ainda mais perdida de nós.
A avidez do momento fez esquecer todas as imagens de rostos incapazes de resistir às melindrosas paredes duma casa com fissuras e brumas enterradas numa atmosfera gélida e desabitada.
O êxtase do momento recriava um acordar em que o ar que se respira é o mesmo…
Num calor indescritível. Sentimos o ar transplantar-se entre nós. O teu ar era o meu ar…
Finalmente respirava.

10 setembro 2010

Este meu desassossego...

Estranho cada pluma que se enroscou no meu peito.
Estranho a cor, o cheiro, o brilho.
E não lhe atribuo qualquer significado...
As camadas de brilhantina no cabelo fazem escorrer ou viajar o tempo.
As sombras nos olhos, o rímel negro poderoso, as maçãs do rosto rosadas…
O vestido marca uma silhueta feminina uniforme…
Cobre a pele como se de uma segunda se tratasse…
Os saltos fazem crescer a voluptuosidade do momento…
Sobem-se as escadas e diante de desconhecidos rostos…
Abre-se o pano, acendem-se as luzes, dando lugar o espectáculo…
A sombra está ao meu lado no palco.
É a única que não me olha com falsas esperanças.
No texto do guião murmuro em monólogo:
Já não tenho palavras que a ti se dirijam… estás longe do meu presente.
E ainda mais do meu pretérito mais que perfeito.
De amores-perfeitos sei pouco, até porque duram pouco…
Erguem-se majestosos até que o tempo os leva à condição.
O que me leva a crer, que mesmo os efectivamente perfeitos, não sejam eternos.
Provavelmente duram uma estação.
Provavelmente a semente não prevê a sua cor.
Provavelmente não sabem que fim é suposto esperar…
Vento, chuva, mão criminosa?
Mão que não deixa a ligação com a natureza perdurar…
Rouba-se uma vida…
Acaba-se com ela.
É esta injustiça que me destrói e me aniquila a alma que me resta.
Assassino de almas.
Assassino de mim…
Num melodrama perverso, morro em palavras e caio matando a minha própria sombra do alto palco.
Espero que o pano feche.
Quero ouvir o burburinho, que me espera esta performance tão intensa, sempre inacabada.
Numa confusão de cenário, som e luzes elevo-me do chão.
Olho o público, confusa e surge uma imensidão de palmas e de ‘bravos’…
Aplaudem-me de pé e sorrio.
Hoje, por mais que queira vou dormir com aquele sorrisinho parvo.
Aquele que verdadeiramente me escalda o peito e me aconchega a alma.
A emoção toma parte pelo olhar…
Choro e rio…
E revejo cada som de aplauso bem como a luz que desponta daqueles rostos iluminados.
Já posso morrer porque já vivi este meu desassossego.

03 setembro 2010

Metade do meu céu...

Sombria a tarde cai, delegando na noite a obscuridade plena…
Uma gota de orvalho percorre a janela vagarosamente deixando para trás um rasto que seca por si.
Lá fora, os meus olhos apagam a focagem das luzes que se perdem no horizonte…
O silêncio é interrompido pelos sons do mundo que acalmam o sossego que ali se prostra.
Longe vai a vontade indefesa de cair no esquecimento das palavras de um livro, que me libertam as emoções…
Uma vela solta o calor de uma qualquer fragrância doce e frutada, iluminando o abecedário cruzado daquelas páginas romanceadas.
O instante remete-me a um embalo de tempo pesaroso.
Semicerram-se as pálpebras e, os contornos da história atravessam o meu inconsciente…
Reinvento personagens, procuro um espaço e um tempo coincidentes…
Atraio palavras para diálogos apaixonados…
Seduzo a natureza a tornar-se a mais harmoniosa…
Crio o tempo das possibilidades sem sombra de interdição.
Mobilizo os afectos… numa chusma de incapacidades para amar.
Com sentidos tão surreais quanto dispersos, que ficam no livro de apontamentos, para as notas de rodapé.
A árvore genealógica não tem raízes, tem inúmeras cicatrizes em relevo…
Entrelaçadas por rancos floridos de esperança e frutos cor de pecado…
As ervas daninhas formam relvados de jardins imprevistos, numa natureza viva e em absoluta comunhão…
O amor incorre na dúvida de se reflectir na vida dos personagens, como se necessário fosse um argumento ou contrato para amar… Nos encontros e desencontros que uma vida vivida é capaz de proporcionar…
A noite cai na perversidade da madrugada e acordo…
Acho que sonhei muito… ou passei por várias imagens fotográficas de intensidade variável…
Nem sempre nos abrimos ao exterior, aos impulsos e desejos mais encobertos…
A vergonha, a negligência, a culpabilidade compensa-nos os sentidos, anestesiando o que deixa de ser a nossa verdade…
Cedo à vulgaridade da letargia do sono e uma vez mais intensifico a disponibilidade para sentir…
No céu, desfaço um aglomerado de nuvens e escrevo o meu nome…
E no limite, aguardo que se complete… a outra metade do ‘meu’ céu...

05 agosto 2010

5 ANOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


A 31 de Julho de 2010 o VIVEMOS DE MOMENTOS comemorou 5 aninhos!!!
É incrível como o tempo passa...
Como se costuma dizer... as estatísticas valem o que valem...
Contudo, é bom ver que em 4 anos tive 32.368 visitas, uma vez que o contador de visitas só após o primeiro ano apareceu...

Obrigada a todos pelo carinho e pelos mimos!
Regularmente marcaremos encontro por AQUI...!

Até ao próximo encontro...
Vivam momentos e não esqueçam de vivê-los com a máxima intensidade…

23 julho 2010

Saudades. São apenas Saudades...


Não sei se é dor, mas sei que sinto algo.
É costume tentar definir-se tudo ao ínfimo pormenor…
Mas será que a ciência consegue explicar o transcendente mundo das emoções?
Escuto uma voz sem qualquer som.
Que faz eco não sei de onde ou de quê…
Entranha-se-me e não me liberta enquanto não me dispuser a ouvi-la.
Povoa-me a mente de uma forma absoluta.
Desconcentra-me. Desconcerta-me.
Arbitrariamente envia-me para um estado de pura incoerência.
Apenas aquele pensamento me move.
Apenas aquela dor (?!) se sente.
Apenas aquele pensamento me possui e me perverte…
Dói.
Dói de mais perder-me de mim por ti.
Que dor avassaladoramente incontrolável.
Que cenário inabalável.
Que vida coberta de sombras mascaradas de fantasmas correntes.
Que névoa forte que me inutiliza a visão.
Que luto dormente inaudível.
Que saudades de ti.

23 junho 2010

Verto sons de água...


Acredito nos sinais desesperados que se atropelam no meu (in)consciente.
É na vã esperança que um dia o BEM dê tréguas ao MAL, ou vice-versa, que já se me ultrapassa o que julgo serem as verdades universais…
Um simbólico aperto de mão, tenho a leve impressão que bastaria!
Atrapalha-me a presunção desconexa com a realidade, pela qual criaturas seduzidas por desfechos oportunos se deixam perverter…
Os excessos maltratam qualquer dissidente convicto.
No dilúvio de hipóteses que se me depredam, apregoam-se-me gritos abafados de vozes que de tão menores já não conseguem chegar a lado nenhum.
Longe, aumenta-se a voz dum piano rouco que me converte os sentidos em lágrimas…
A cada nota o entusiasmo envolve-me num estado letárgico em que alcanço o silêncio, mesmo entre notas de uma gravidade efémera…
O mesmo silêncio que desejaria não recuperar enquanto o mundo estivesse tão desavindo.
A meio de um processo criativo a filosofia das minhas estirpes são tão díspares, que me interrogo sobre a identidade do meu ser...
Já não sei se sou, sendo…
Se respiro, se vivo… vivendo…
Ou se alguma vez fui…
(emendo).

19 junho 2010

Adeus amigo das palavras soltas!



Se me lançasse a um ‘convento’ escreveria um ‘memorial’…
Nele constaria uma viagem, onde pegaria numa ‘jangada de pedra’ e partiria a Lanzarote… para viver o silêncio e não o vazio de uma vida que por ‘intermitências da morte’… deixou de respirar…

Partiu com a poesia das palavras incompleta…
Encontrava-se traduzido em 45 línguas…
Num ‘ensaio sobre a cegueira’ (portuguesa)…
Fez da palavra portuguesa Prémio Nobel de Literatura.
Limitava-se apenas a deixar a pontuação para o leitor aplicar na sua liberdade criativa…

87 anos chegaram para encontrar a paz…
Ou talvez para percorrer ‘a viagem do elefante’…
2010 não é ‘O ano da morte de Ricardo Reis’... mas da sua voz - José Saramago…

No último romance Caim, a amizade escreveu-me: «Lembra-te que a leitura de um bom livro é um diálogo constante em que o livro fala e alma responde…»
É nesta analogia que te escrevo e que me deixo entranhar na tua obra.
É da ‘caverna’ que presto esta singela homenagem ao ‘homem duplicado’…

E ‘Levantad(a) do chão’…
Digo-te: Até sempre amigo das palavras!

14 junho 2010

Mortes de alma...


E o tempo passou, mais célere que o habitual.
Bem longe das promessas que um dia foram proferidas…
Mataste a minha oportunidade de brilhar a teu lado e sermos um porto de luz…
Quem não morre, mata. Mas tu morreste e mataste a certeza que um dia apenas tu construíste.
Estava longe dum desfecho destes… Passando da vida real, à ficção…
São os filmes mais enigmáticos, aqueles que realçam as dúvidas que questionamos em silêncio.
E tu serás uma eterna dúvida, porque ao que parece alcançaste a vida eterna…
A chama imensa… E queimaste o amor que trazias no peito…
A ambição tem desses constrangimentos… Pode ser mulher…
Morres por um ser feminino sem vida, indiferente, triste, demente… com um rigor desmedido.
Poucas são as vezes que acerto no horário do amor.
O meu fuso horário está cada vez mais ultrapassado.
O ‘tic’ e o ‘tac’ já não dão as mesmas pancadas taxativas e pragmáticas.
É um badalo seco. Cansado. Abafado.
Morreste feliz ou contrafeito?
Será possível averiguar esse estado a instantes do fim?
Morrer é morrer. É o mais coerente ponto final incalculado.
É preciso morrer primeiro para te matar de vez.
Como se fosse preciso morrer para matar.
Entre enterrar um defunto e deixá-lo definhar-se até carcomer-se de vermes…
Prefiro queimar-me noutros fogos…
E renascer das cinzas…

08 junho 2010

Clã de amores da Lua


Oh Lua… que te fizeste mãe e mulher de todas as noites…
Oh lua… cheia… de graça…
Traz-me de volta o calor e a explosão de metamorfoses de mim…
Calibra-me as energias que de tão desfeitas não têm qualquer lado… positivo ou negativo…
Que a minha vida se ainda o é, é um ninho de nada…
(Gosto do dramatismo destas desconexas palavras trôpegas e autodestrutivas.)
Gostos dos eixos enquanto extremos latentes duma personalidade infame e desproporcional, filha da demência dum dia-a-dia, sem dia, sem noite, sem fio de claridade diurna de tão adormecidas que andam as pupilas… por trás de uma invisibilidade qualquer que visa aumentar a qualidade da visão.
- Mas de que visão falas?
- Daquela que conquantas vezes nada se enxerga… e a que a argúcia de um cego não falha…
Lua cheia de mim…
Lua cheia de vaidade…
Que as tuas fases não mais me dominem as vontades…
Que a culpa tem que pertencer a alguém.
Se mingas… minguo eu também… nas forças que se perdem de mim…
Se és nova… renovas-te… a cada dia, como se fosses capaz de renascer… todos os meses… cada vez mais bela… e intensa…
Esse ritual não te incomoda? Vens e vais… e voltas sempre…
És imensamente fiel…
Tens a tua fase crescente, resplandecente…
Em que a cada proporção te inundas de perfeição.
Quanta luz irradias?
Quantos incapazes acompanhas?
(Ooops… Acho que pensei um pouco alto ou a voz transformou-se em palavras gritadas…)
Quanta clarividência trazes às mentes mais despertas pela solidão da noite?
Quantas almofadas percorres, num transtorno de insónias?
Será que dormes à noite comigo ou te deixas conspurcar por todos os leitos…?
O meu ciúme será por ti contabilizado?
Acho que a nossa cumplicidade se perdeu…
Devolve-ma… Na omnipotência que te preenche de luz…
Que se faz escorrer pela escuridão de tantas noites densas…
Já vai alta a noite.
Já não tenho horas que se assemelhem a uma noite bem dormida…
Vou viajar pelos sonhos… se ainda tiver alguns por sonhar…
Espero encontrar a graça ou a desgraça de uma lua cheia de sonhos ou de um sonho singular desconcertante... (mas no bom sentido!)

07 junho 2010

Rostos caídos...


São rostos caídos.
Rebaixados.
Encolhendo a vergonha dum passado presente.
Como dar a volta por cima desta tentação que se julgou superior à vida?
Quando já se chora sem lágrimas, indagando o auxílio voluntário de quem vendeu a alma por troca de nada.
Passa-se por privações e provações mesmo quando a única liberdade se chama prisão.
Como reaver a dignidade e a força para viver?
Como encarar de novo um mundo que julga apenas em crucifixo os erros humanos?
Como elevar um ego destroçado?
Precisamos sempre de alguém para encontrarmos as nossas verdades e as nossas realidades.
Valorizando o amor de quem nos cuida e nos serve de suporte à alma.
O reencontro dum amor imprevisto e cuidado:
O amor próprio.
Afastando os vazios, recuperando as perdas e reabilitando o ser com a coragem da força de acreditar…
Mãos nas mãos, a esperança de um recomeço.
Em liberdade?
Em cativeiro?
Há que promover o ser, numa cooperação de vidas livres, numa integração plena de autonomia.

16 maio 2010

Disparos de vida…


Choro cada pensamento que retenho do passado.
São memórias tão intensamente vivas…
Mas já tão amachucadas e defuntas…
Que me pergunto se ainda o são apenas para mim.
Abro o baú e ouço as melodias que sempre amei…
Que sempre guardei.
Todas me lembram um momento.
Um alguém…
Risos cúmplices que se afastaram.
Mãos que se aproximaram e desapareceram das minhas…
Vozes que escutava sem me aborrecer.
Palavras que trocava num simultâneo de vida com tantas cores…
Locais inesquecíveis… mas dispersos no meu tempo…
Tudo tem o seu tempo…
Até o relógio da vida nos levar ao corropio das lembranças mais vertiginosas e mais encantadoras…
Fixa-se um leve esgar saudoso no sorriso…
Uma expressão que muda a cada imagem, som ou tom…
Ressuscitando-me para a morte que dispara a vida…
A quantos círculos pertenceremos e em quantos realmente viveremos?
É a universalidade e eternidade da música que me faz regressar ao passado…
E que me abre as portas que julgo carcomidas pelo tempo…
E estão tão adictas ao tempo que passou…
Que jamais sendo saboreadas… voltam a perder o gosto original.

12 maio 2010

Viver-te no oculto...


É numa imagem dum sorriso desconcertado que oculto sentimentos
Me perco nos momentos… Entrosada na ruptura de coragem.

Toco-te a pele enregelada
Pelo arrepio descoberto do amor inadvertido
A tua mão na minha, a minha mão toda ela na tua…
Arrisco desejos exagerados
Depois de te cobrir de beijos…

Falha-me a voz num arrepio…
Apaga-se o vazio…
Atiça-se o incêndio em vários eixos trôpegos…
Falham verdades
Cumprem-se desvarios…
Como numa noite diferente…
Em que te encontro frente ao acaso…
Te beijo ao luar…
E te sofro ao partir.

Bebo a luz entranhada dos nossos dias, das nossas horas, dos nossos momentos no tempo…
Alcanço a supremacia da liberdade quando te amo incondicionalmente.

Num fogo desproporcional…
Numa intensidade desigual…
Que vontade com culpa.
Que amor sem desculpa,
Que te traz ao meu encontro,
Que vive no desencontro…
Depois daquela noite quente
Daquele sabor ardente…

É num incêndio de emoções que vivo…
Num calor infame…
No socorro dos teus braços que me afagam a tristeza e me preenchem de leveza…
Vivo-te mais e mais e mais…

Porta...


Olho-te e vejo rasgos de luz perdida…
Sinto que te perdeste num caminho sem saída.
Aprisionaste-te nas tentações…

Abres-me a porta, como se abrisses os braços e me aconchegasses a fadiga diária.
Reacendes o calor da magia apagada em mim.
Fechas a porta e tudo o que de mal sentia… fugia…
De todas as portas que se abrem, apenas a tua trespasso.
Como se não existissem entraves entre almas…

Entre passos, entre entradas e saídas…
Porquê cultivar portas trancadas ou semi-cerradas?
É preciso abrir a alma, ocultar-lhe as fechaduras pois já não têm razão de existir…
Se calhar nunca tiveram…

De portas abertas, dou conta de um mundo sem fronteiras, onde a minha circunstância gira em circunferência até onde o coração me levar…

18 abril 2010

Saudade de Amor, em sonho de mel...



É uma miséria translúcida.
Aquela que mata mas não morre.

Numa manhã tombada…
Não quisera levantar-se por nada deste mundo, nem do outro (?!)…
O tempo passa impune.
Às vezes parece um ontem…
Noutras uma devassa eternidade…
Estes confrontos temporais, difíceis de contornar, abatem as forças dos destemidos e acorrentam a alma de quem dela sobrevive…
Uma alma ou um corpo? Um corpo com alma? Ou uma alma num corpo? Serão apenas um só?
Quantas almas se juntam à nossa?
Quantas serão capazes de permanecer pela eternidade?
Quais as que deixarão a verdadeira saudade?
Equaciono a probabilidade de se morrer pela saudade do amor.
Pela fome dum amor que se esfumou…

É um destino inexplicável, uma alquimia estéril que vende elixires de prorrogação de vida… Na transmutação da realidade… Ou na ingestão passiva dum coração…
Não importa a cientificidade, credo ou ioga… ao que parece todos eles se formam acessoriamente… Os procedimentos e conhecimentos comutam de ser para ser… Ultrapassam vidas…
Reencarnam reclamando viver o sentimento mais universal e sinuoso… que se perde na vertigem e se ergue na vontade… da mais exânime à mais ardilosa…
Funde-se em químicas. Alcança as previsões físicas… Confronta-se com a convenção dos astros em tom de arte da filosofia, carregado de misticismo… ou de crença religiosa…
A geometria dos sentimentos não é descritiva…
Nem a medicina suficiente para deter a saudade dispersiva e austera… ou a pseudociência dos metais…
Imortais, apenas os deuses, ou talvez a história que vem nos livros e faz parte do senso comum…
É assim que vagueia a saudade manchada de esperança da história de cada um, com os fragmentos temporais comuns a várias eras…
Deixa-se tudo no palco. Que sensação prodigiosa!
Mas em quantos palcos moribundos se aniquilam sonhos prostrados em nuvens esponjosas e ocas…?
Os deuses não sangram.
Os sonhos também não.
Purificam o espírito mas deixam-no moribundo… Dependente…
Duma semente que não se explica…
Tão somente se reproduz…

23 março 2010

Palavras de homenagem...


UTWO

Num recanto de uma cidade indiferenciada…
Surge a melodia de uma canção sem números,
Numa rua,
Numa cidade,
Em numerais paralelos…
Com contornos singelos,
Com pouca idade…

Trespassam-se vidas diante dum coração rabiscado…
O preto, o vermelho, o branco…
Formam um colorido ingénuo de marca de água…
Em forma de papel timbrado…

Passam pessoas que carimbam
Presenças vividas…
E ausências sentidas…

Em que num oceano de sabores,
Se escondem gelados de múltiplas cores…

Notas gentis…
Que acompanham a atmosfera…
Quando os instrumentos acordam a magia
Quando a música se entranha...
Esquece-se que o dia vira noite...
E que a noite vira dia...

Grãos de café…
Pós… Poções…
Quentes… enregeladas…
Num misto de infusões e sensações…
(Em)Bebidas em qualidade
Numa sombra a descoberto…
Num poema sem Idade…

Atravessam-se estações…
Apura-se o tempo que teima em passar
Misturam-se seres, ilusões…
Multidões, homenagens…
Ritmos, bandas…
Onde neste espaço…
Se é “pessoa entre a multidão”…

Chama-se UTWO…
E veio cortejar Espinho com a sua arte.
Que parte, da mestria do sabor requintado…
Num acorde suave…
Em tom grave…
Num Espinho de beleza que se chama Cidade…


Elda Lopes Ferreira
Março|2010

10 março 2010

Mulheres Coragem

E quando uma Mulher abre o seu coração… Fala todos os dias a mesma coisa: no amor e na alma que deposita a cada segundo, em cada interveniente físico ou metafísico…
Nunca julga um dia perdido, rende-se a todas as suas descobertas diárias.
No seu diário regista as memórias mais ocas, mais vivas, mais dúbias e, não precisa ser Menina ou Mulher.
Fala de rosa cravada ao peito, sem espinhos cavernosos, suspirando e sugando a sua eterna beleza, fragrância, mesmo quando estes pedaços de ternura chamados flores se definham na juventude… Como defendem a brandura desta insígnia…
Oferecer o perfume… a textura… este delicado ser vivo… a uma Mulher…
É um acorde duma ode, dedilhada sobre uma harpa fantasiosa...
É um toque d’ alma… Que se perde no espelho do brilho no olhar, enternecendo a voluptuosidade do sorriso… E aquecendo o peito.
Cai a noite escura… Apagam-se as luzes fugidias… E aquela alma ainda não descansa…
Quer ser o que não é, quando já é tudo numa valente chusma multidisciplinar.
A história conta-se no feminino, pois a Mulher é a essência de qualquer vida, num submerso paraíso feito porto de abrigo…
É o poema, a rima e o verso, escondendo-se entre ritmos mais ou menos pausados.
Na tempestade afaga o medo.
E na sensibilidade é anfitriã…
Há muitos anos que o mundo reconhece uma ténue folha de papel vegetal, que de tão débil e frágil se chama Mulher…
Pega-se na pena, que se embebe na tinta e redigem-se palavras soltas que se plasmam umas nas outras folhas… em réplicas que vão perdendo nitidez até a cor se perder.
Apregoam-se chavões de igualdade, mas enquanto a cor se perde, também as vozes temem um
mesmo mundo castrador e inibidor das suas leis.
Que ‘façanhas’ tão bem escritas…
Quando é com a mesma tinta que se pinta o cenário de tantas culturas que ainda estão desencontradas com este tempo…
Quantas mãos de Mãe perdem força para carregar o seu calvário?
Quantas Mulheres ainda hoje vêem a vida por detrás dum pano esburacado?
Quantas Mulheres vividas não chegaram a viver verdadeiramente?
Qual o dorso mais bem guardado da humanidade?
Para quê continuar a carregar um meio mundo onde se apartam grandes Mulheres invisíveis?
A todas quantas deram a sua vida por um sonho…
A todas quantas se expõem na busca incessante dos seus ideais…
A todas que guardam a esperança de atingir a supremacia…
Digo-lhes…
… que a bandeira está a meia haste.
O que não quer dizer que esteja de luto, mas tão somente que está içada.
… que a vontade evoca a promessa.
E, já nos habituamos a reconhecer que não há impossíveis.
… o uníssono Feminino garantirá o Ouro pela quantidade de metas transpostas a cada dia…
Todos os dias…

15 fevereiro 2010

Escritos intemporais

A Pessoa Errada

Pensando bem
Em tudo o que a gente vê e vivência e ouve e pensa
Não existe uma pessoa certa para nós
Existe uma pessoa que se você for parar para pensar
É, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa
Faz tudo certinho
Chega na hora certa,
Fala as coisas certas,
Faz as coisas certas,
Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça
Fazer loucuras
Perder a hora
Morrer de amor
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
Que é para na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada é, na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa
Essa pessoa vai-te fazer chorar
Mas uma hora depois vais estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar teu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando você
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer para todo o mundo
Porque a vida não é certa
Nada aqui é certo
O que é certo mesmo é que temos que viver
Cada momento
Cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo
É só assim.
É possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: “Graças a Deus deu tudo certo”
Quando na verdade
Tudo o que ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada
Para que as coisas comecem realmente a funcionar direito para nós…

Luís Fernando Veríssimo


É quando nos encontramos com o passado que encontramos respostas. Se é que é suposto encontrá-las… Encontrei este texto impresso porque na altura, quando gostava imprimia as coisas… tempos idos que deixam recordações… além das palavras, dos textos… os sentimentos são intemporais…

Tolerância Zero


Permitam-me que me manifeste acerca do tema eliminação da Mutilação Genital Feminina (MGF).

Conhecida por excisão dos genitais femininos, operação sunna, circuncisão feminina, corte dos genitais femininos, fanado, excisão, circuncisão faraónica, prática tradicional nefasta, ou seja, consiste na realização de diferentes tipos de cortes da vagina da menina, rapariga e/ou mulher, motivados pela religião, tradição e/ou cultura que lhes estão associadas.
Não quis ter vontade de conhecer esta transparente realidade. Não quis pensar ser possível a sua existência.
Melindrou-me ouvir de viva voz testemunhos densos, sofridos, ensombrados, acabrunhados, testemunhos denunciando uma tragédia pessoal, com acento tónico no género feminino, e quem me dera que o número fosse singular. Quem me dera ainda que a poesia da gramática fosse um adjectivo comparativo de igualdade e deixasse para trás superioridades e inferioridades, sem superlativos ocos.
140 milhões de mulheres por todo o mundo retraem-se, submetem-se a práticas seculares, a rituais intempestivos, subversivos, sem que a Carta dos Direitos Humanos seja tida em conta. Possivelmente, se lhes chegasse às mãos, também não a saberiam interpretar, quiçá por não a saberem ler.
Prosperam os monossílabos, tipificam-se as atrocidades, encolhe-se a perversidade das tenras idades, desprotegendo desde cedo as meninas mulheres. Prolongam-se práticas nefastas à saúde da mulher, bem como da criança.
Preciso de substantivos colectivos neste manifesto, adiando para sempre os irritantemente comuns, sem utopias concretas, absolutistas, quero substantivos derivados do esforço e dedicação pela erradicação deste flagelo humano.
Exijo pronomes possessivos, na tomada de posição pessoal. Pouco importa se os artigos são definidos ou indefinidos, se os sujeitos são determinados ou indeterminados, se os verbos são impessoais… Basta que existam.
Defendo a tolerância zero. Basta de reticências, impõem-se os pontos finais, sem admirações, sem prolongamentos e sem interrogações. Há que fraccionar os números, em numerais multiplicativos de vontades de assistir… apoiar… auxiliar… e denunciar…
Em Portugal, segundo o Código Penal – Artigo 144.º - Ofensa à Integridade Física Grave, é crime.
A mutilação genital feminina é uma ofensa punida pela lei portuguesa, com a particularidade de o ser mesmo quando praticada fora do território nacional.
Há que proteger destes perigos, há que denunciar numa sensibilização veloz e altamente altruísta.
Não importa o dialecto, o credo ou prática. Se é uma questão de formação, apenas importa o fim à sua privação.
Sou mulher. Sou jornalista. E deixo desta forma aqui o meu grito de indignação, o meu mero contributo.
Não se trata de recusar origens, mas de acabar com o sofrimento nefasto. Se ser-se feminista é proclamar o fim desta injustiça, assim seja, mas salvem-se estas mulheres de cicatrizes surreais de um qualquer imaginário…

04 janeiro 2010

Astro de Pérolas Cinza...

O que é que uma carta nos pode segredar ao ouvido…?
Quem tem o dom de decifrar esse murmúrio coincidente e porventura aceitável…?
Quem nos fala dum futuro não escolhido, tensamente corrompido pela vontade de alguém?
Que verdades desconhecidas se afiguram íntegras e qual a respectiva personagem mística interveniente capaz de as descodificar?
O obscuro será sempre uma indiscrição penetrada duma magia submissa à vontade dum ‘eu’, mais macambúzio e trôpego, que o pérfido perfume ignominioso dum qualquer incenso…
O que se vê nesta invasiva premissa…?
Voltam-se as cartas, em jeito de denúncia e redobra-se a atenção, indispensável, a quem não deseja ser passado para trás…
Todos os signos e sinais perecem numa exactidão tão óbvia, quanto peças de puzzle entrosadas correctamente umas nas outras…
Às vezes parece somente que falta ler e voar sem limites, porque ao que parece estes são muitas vezes transpostos, sem qualquer vaticínio.
Ao virar as cartas… vejo um emaranhado de naipes sucederem-se, vejo números e figuras pseudo-humanas… que se corrompem suavemente… ou que por seu turno se completam em tempo útil numa precisão obrigatória… Quem é realmente capaz de decifrar esta simbologia descabida?
Quem se vale de magias, que não são mais que orgias putrefactas de memórias desalinhadas, esquece-se da sua corrosão lenta… Entrando na insegurança sombria da falta de dignidade, onde a cada dia que passa, a consciência atinge uma gravidade indefesa e precária, justamente pela intensidade da perda de si igualmente por si…
As vibrações emitidas condenam-se, condensam-se e ficam a descoberto sempre que a memória se lhes entrega…
Assim como a luz do dia é passageira por altura do Inverno, a certeza da escuridão das trevas e da noite sem luar é igualmente uma certeza…
Agrava-se este vazio de luz, quando dentro do teu corpo resta uma invasora nuvem negra toldada de memórias cinzentas que foste incapaz de colorir, assombram-te penumbras de solidão escorreitas… e a exactidão da tua infelicidade e do teu infortúnio é a tua dívida para com a tua alma conspurcada e vil.
Que hedionda forma de vida.
Que ímpeto coercivo de consumo de drogas que vão muito mais além dum mundo imaginário…
Que predadora maneira de seduzir e dominar presas inofensivas…
Que transversal dependência…
Preferia que te visses defronte a dúvida letal que protela o consumo da heroína, pelo já exacerbado vício da metadona… Chamar-te-ia: paciente. Teria uma desculpa.

Hi stranger
Look at me
Face your demons…
And share your life free…
At the end of the day…
You may run out of time…
Spell your nightmares and fears…
Slow down your tears…
‘Cause you’re still alive…

A compensação transitória do esforço pela bondade, é certo que não vai além da estabilidade da paz interior que não substitui o ideal de felicidade suprema…
Tudo o que observo, absorvo e disseco… Não são mais que os meus sentidos sentidos, num treino contínuo e incessante.
Se me basto, em circunstância, o paradoxo em mim é constante, pois as minhas dúvidas prendem-se com o absolutismo de palavras que parecem não ter nada mais para dar… Esgotando-se em si mesmas… Na verdade são meros pretextos ilusórios e inquisitórios que nos impedem de voar…
Suplantam a realidade e consequente fidelidade.
Não sei compensar-me doutro jeito que não em palavras efabuladas… digo muito com poucos recursos… É essa a minha poção mágica em ebulição… ou o meu veneno crucificado…
Vira o ano e vira-se mais uma página do calendário da vida.
Que conjectura combinada de signos de tonalidade universal caustica…
Baralho todas as minhas cartas, runas, búzios, karmas, chakras e tudo quanto possa existir no campo espiritual… A minha súplica dirige-se ao cosmos num arco-celeste de representações simbólicas e platónicas que me permitam viver na utopia das verdades subjugadas aos sonhos e, submersas na minha imaginação de mera espectadora… de mera criança…

28 dezembro 2009

Vapores de um outrora como chave do 'hoje'...


Cala-se o freio dum comboio que deixou de calcinar e desbravar o ferro sólido dos carris…
Aquela noite não escutará qualquer outro zumbido da velha locomotiva.
Nem aquela nem outra…
Era o fim à vista duma história centenária… Sem lenha para continuar a arder.

Despedimo-nos a vapor…
O vapor que nos faz viver…
Segundo a segundo…
Numa respiração ofegante, deixamo-nos para trás e não ousamos olhar para trás, para não quebrar a promessa que fizéramos… Se olhássemos… Era certo que iria doer muito mais.
E éramos demasiado orgulhosos para nos deixarmos tentar por esse efeito…
Todos os dias se separa… a noite do dia… um minuto do seguinte… um momento do seguinte… um amor do seguinte… a vida da seguinte… a morte da seguinte…
Por quantas noites vou afastar o meu corpo do teu?
Quantos minutos terei?
Quantos momentos serão plenos?
Quanto amor teremos a menos?
Existirá vida depois de um ‘nós’ amalgamado?
Quantas vezes terei que morrer para te matar?
Quantos dias existirei sem ti?
É dessa ausência constante que tenho medo.
A quem interessa este meu segredo?
Ao silêncio que me basta.
À solidão que me ultrapassa.
A este definhar enfadonho…
A este ardil… de carícias fugidias…
A este volte face de sensações intransigentes e persecutórias…
À constelação de dramas tão universais…
Que vão de encontro a um… Coração. O meu.

Beijo-te…
Conforme beijo este Inverno infernal…
E sofro o sabor aguado… dum calor que se perde no acaso…
Pois nunca há maneira de o prever nem de o intuir dentro de mim…
Faltarão vínculos?
Ou lenha por queimar?
Que velha locomotiva esta…
Que com o tempo mais e mais… Se vai habituando a agarrar-se no sono àquele travesseiro que me leva aos sonhos… em que tu figuras igual… a um amor vivo… que não se perdeu, nem se esqueceu…
Em que naquele Adeus perturbador na estação de comboios… não viramos as costas… Pois não conseguimos ser indiferentes ao que sempre existiu…
Ao que sempre vivêramos…
E que se doutra maneira fosse… poderia existir, mas que como diria o anúncio… «não seria a mesma coisa»...
A linha destes comboios dificilmente mudará… poderá parar em várias estações, poderá tocar intensidades diferentes de velocidade, mas será sempre a mesma…
Nem sempre as mudanças nos acolhem de braços abertos.
Nem sempre as nossas expectativas se concretizam…
Poder-se-á esperar por períodos certos…
Sem nome… e sem qualquer identidade para que não se submetam aos compromissos das datas.
Mas arrancaremos esses tempos certos no passado, no presente ou no futuro?
Por mais que um concerto acústico seja desafiante e, a liberdade do momento entusiasme… por mais inédita que seja a pseudo-nova criação nem sempre terá o dom soberano de agradar na íntegra… Ainda que vários elementos comuns estejam presentes, a dissonância entre o convencional e o pseudo-(re)novado… acolhe a tendência sui generis de preferir-se o original… o original tem sempre mais gosto… As réplicas nem sempre…
É por isso que me recrimino quando o não consigo ser…
Ou provavelmente… quando penso que não o fui…
Ser-se genuíno está fora de moda… O que me assusta.
Não me parece grande ideia ser-se mais do mesmo…
Muito embora ‘mais dos mesmos’ é o que mais sobra por aí…
Se calhar é mais fácil ser-se assim…
E não de outra maneira…
Diz que a tecnologia ainda não atinge a personalidade…
E apesar de se mudarem tempos e vontades…
Ser ou não ser nestas questões sugiro que definitivamente não seja posto em questão…